O Clube Aliança, um dos mais tradicionais de Novo Hamburgo, lotou para receber o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL). Fãs formaram filas para tirar selfies com o militar e também com seus acompanhantes, o vice-governador gaúcho José Paulo Cairolli e os deputados eleitos Luciano Zucco (PSL, estadual) e Marcel Van Hattem (Novo, parlamentar federal). Nesta quarta-feira (24), ele ainda passou por Viamão, quinta cidade visitada num giro de dois dias por território riograndense, na reta final da campanha.
Os convidados pagaram R$ 30 por um almoço com toques germânicos. Antes, porém, assistiram aos discursos dos políticos. O que menos falou foi Mourão, mas foi o mais aplaudido. Ele lembrou que serviu nos anos 1970 em São Leopoldo (cidade vizinha a Novo Hamburgo) e fez muitas amizades no Vale do Sinos. Elogiou a seriedade da comunidade e colheu aplausos. A seguir, o general engatou um discurso ideológico. Falou sobre a necessidade de endurecimento das leis penais do país, assegurou que isso é prioridade das prioridades no governo Bolsonaro e disse que a epidemia de homicídios no país se deve ao grave problema das drogas.
Mourão disse que a maior parte das drogas vem de três países vizinhos ao Brasil (Bolívia, Peru e Colômbia) e afirmou que a produção boliviana de cocaína quadruplicou durante os três governos do bolivariano Evo Morales.
– A ideologia bolivariana, aliás, poderia ser chamada de V Internacional Comunista. Na Venezuela, ela se caracteriza pelo caudilhismo sustentado pelo Exército, com reeleições infinitas. O dinheiro do petróleo acabou e o resultado é essa diáspora de venezuelanos mundo afora, inclusive rumo ao Brasil. Anotem: nós nunca vamos virar Venezuela. Nossas Forças Armadas não se rendem a projetos de natureza totalitária – afiançou o general.
Mourão disse que o Brasil fará mudanças, mas dentro da democracia, com eleições.
– O expurgo dos que roubaram será através das urnas. Devagar e constante – encerrou o general, sob aplausos.