Mesmo advertido de que poderia ser punido caso fizesse manifestação eleitoral após as 22h deste sábado (27) no show programado para Curitiba, Roger Waters manteve sua posição de manifestar-se politicamente. Faltando 30 segundos para as 22h, o músico britânico exibiu no telão uma mensagem com os dizeres "Ele Não".
Waters interrompeu a execução da música Breathe, a quinta da apresentação que teve inícios às 21h30min, para exibir um pequeno vídeo de repúdio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
"Temos 30 segundos. É a última chance de resistirmos ao fascismo antes de domingo. Ele Não! São 10:00. Obedeçam a lei", mostrou o telão.
Parte do público aplaudiu e puxou um coro de "ele não". Outra reagiu gritando "mito". Indiferente, Waters emendou com The Great Gig in the Sky.
A produção do show havia sido notificada pela Justiça Eleitoral, na sexta-feira (26), de que Waters cometeria crime eleitoral se fizesse comentários de cunho político após as 22h. Seria aplicada multa, com valor arbitrado por um juiz, para ocorrência entre 22h e meia-noite, e prisão, caso a manifestação fosse feita após a meia-noite.
Em sua turnê brasileira, Waters tem sido um crítico ferrenho de Bolsonaro. Em show em São Paulo, projetou no telão uma lista de políticos chamados por ele de "neofascistas" na qual incluiu o candidato do PSL ao lado de Putin e Trump. Em outra ocasião, homenageou o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê, assassinado em uma discussão política em Salvador ao defender voto em Fernando Haddad (PT). No Rio, Waters prestou tributo à vereadora Marielle Franco, assassinada em março.
O artista se apresentará em Porto Alegre nesta terça-feira (30), no Estádio Beira-Rio, com abertura de Renato Borghetti.