As histórias de Roger Waters e da ativista política Marielle Franco se encontraram durante o show do cantor britânico no Maracanã, na noite desta quarta-feira (24), na capital fluminense. As polêmicas que Waters protagonizou em outras apresentações pelo Brasil - como a exibição dos dizeres "#EleNão" e atribuir o status de neofascista a Bolsonaro - ficaram em segundo plano durante a performance. O artista traz a mesma turnê a Porto Alegre no próximo dia 30 de outubro, no Beira-Rio.
Na segunda metade da apresentação, o músico repetiu a exibição da lista de políticos considerados neofascistas e, mais uma vez, incluiu o nome de Jair Bolsonaro, candidato à presidência pelo PSL, como um dos nomes integrantes deste movimento ao lado de Trump (EUA) e Le Pen (França).
Após o número de Eclipse, diversos raios laser foram reproduzidos diante do público referenciando a capa do disco The Dark Side of the Moon, quando chegou o momento da entrada das convidadas: Waters chamou ao palco a filha, Luyara Santos; a irmã, Anielle Franco; e a viúva de Marielle Franco, Mônica Benício. Ele exibiu a imagem de um recorte do jornal The Independent, que repercutiu a morte da ativista em março do ano passado.
As familiares de Marielle, então, protestaram contra a demora nas investigações e exigiram maior agilidade no processo. O público, em sua maioria, respondeu com gritos de "Justiça".
—O problema é que nem todo mundo acredita em direitos humanos — falou o músico, na sequência, que vestia uma camisa com os dizeres "Lute como Marielle Franco".
A apresentação transcorreu sem outros protestos. Os gritos de "Ele não" também foram realizados durante o show, recebendo respostas de outras pessoas, mas nenhuma situação gerou constrangimento ou embates mais acalorados como em outras capitais.