Ex-líder do Pink Floyd, Roger Waters criou tensão entre o público no show que fez na noite desta terça-feira (9), em São Paulo, ao exibir no telão a hashtag #EleNão, símbolo do movimento contra o candidato a presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PSL), e colocar o capitão como um dos representantes do fascismo. Em diversos momentos, os fãs que lotaram o Allianz Parque dividiram-se entre vaias, xingamentos e aplausos.
Durante o espetáculo, o telão que ocupa toda a extensão do palco exibiu imagens e frases em referências a governos autoritários. Em uma delas, estava escrita uma lista de países e líderes mundiais onde o "neofascismo está em ascensão". Entre eles, foi colocado o Brasil ao lado do nome de Bolsonaro, assim como de Estados Unidos e Trump, contra quem tradicionalmente faz protestos em seus shows.
Conforme a Folha de S.Paulo, Roger Waters ficou constrangido quando os xingamentos começaram e ficou cerca de cinco minutos sem saber o que fazer. Em seguida, fez um discurso dizendo contra a ideia de um político que apoia um regime militar.
— Eu sou a favor dos direitos humanos — afirmou ele. — Prefiro estar num lugar em que o líder não acredita que a ditadura é uma coisa boa. Lembro das ditaduras da América do sul e não foi bonito.
As vaias e xingamentos redobraram. Tentando acalmar a situação, o vocalista afirmou saber que há uma eleição em andamento no país e que "não tem nada a ver com isso". Mas, disse ele, não poderia deixar de se posicionar.
O músico faz outro show em São Paulo já nesta quarta. Depois, passa por outras capitais brasileiras, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e, por fim, Porto Alegre. O show na capital gaúcha será no dia 30.
Na manhã desta quarta-feira (10), "Roger Water" era o assunto mais comentado no Twitter. A seguir, veja mais tuítes sobre o show: