Em live no Facebook neste domingo (14), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que é "impossível" perder a eleição presidencial e que o mais certo seria debater com o ex-presidente Lula, em vez de Fernando Haddad (PT), apesar de que não debateria com o ex-presidente "de jeito nenhum".
— Querem que eu compareça a um debate de qualquer maneira, mas eu dependo de uma avaliação médica. Agora, eu vou debater com Haddad? Por que não tiram o Lula da cadeia para debater comigo? Se bem que eu não iria debater com Lula de jeito nenhum. Mas o mais certo é o Lula, porque quem vai formar ministério é o Lula — disse o militar reformado.
Após o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) tuitar uma informação de que seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), votou contra o projeto de lei que instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência, o militar da reserva fez um vídeo no Facebook na tarde deste domingo (14) para se defender. Em um vídeo de 23 minutos, ele diz que votou contra um destaque (acréscimo no texto) que tratava sobre "ideologia de gênero".
— Votamos contra uma deformação do projeto que criava uma classe especial dentro das pessoas com deficiência. Votei para aquela emenda não ser aprovada. Há um ativismo muito forte por parte da comunidade LGBT. O Haddad mente dizendo que votei contra um projeto aprovado por votação simbólica. Apenas fomos contra essa questão de os LGBTs serem incluídos — afirmou Bolsonaro, que já havia se defendido pelo Twitter mais cedo no domingo.
No tuíte, Haddad afirmou que o candidato do PSL votou contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência, lei proposta pelo senador Paulo Paim (PT) que concede benefícios a essa parcela da população. "Acredito que ele tenha votado contra por falta de conhecimento. Ele não foi educado para compreender toda a diversidade humana e sua complexidade", escreveu o petista. O tuíte, depois foi apagado. Procurada, a equipe de Haddad disse que, na verdade, Bolsonaro se absteve da votação. Haddad participou neste domingo (14) de agenda com representantes do segmento de pessoas com deficiência.
Bolsonaro voltou a dizer que depende de avaliação médica para participar de debates, apesar de ter admitido, na quinta-feira (11), que pode deixar de comparecer por estratégia. Afirmou também que tipificará como terrorismo qualquer invasão de propriedade, caso seja eleito, e ainda acusou o petista de ser comunista devido aos temas de estudo no mestrado e no doutorado, nos quais Haddad se debruçou sobre Marx e o sistema soviético.
Na primeira pesquisa Datafolha do segundo turno para a disputa presidencial, Bolsonaro aparece com 58% das intenções de votos válidos. Haddad, com 42%.