Uma das maiores fãs de Ilhados com a Sogra assiste ao reality show da Netflix de um lugar muito privilegiado: a atriz Fernanda Souza é a apresentadora da atração, que nesta quinta-feira (2) lançou os quatro primeiros episódios de sua segunda temporada. Os quatro finais estreiam no dia 9 de janeiro.
Como o título indica, o programa consiste em confinar em uma ilha deserta seis duplas de genros, noras e suas respectivas sogras, para que superem rancores e rusgas, além das provas de uma competição que dá R$ 500 mil aos vencedores. Isolados em um bunker, os maridos/filhos e as esposas/filhas acompanham a (quase) tudo com um misto de tensão, culpa e até vergonha. É impossível qualquer pessoa que tem uma família não se identificar com alguma das situações apresentadas ou das questões levantadas.
— Ilhados com a Sogra transforma que está lá e inspira a transformação de quem está em casa. A intenção é a transformação familiar. É o reality show mais nobre que a gente tem — diz Fernanda Souza em entrevista concedida à coluna. — E acho que a diferença de idade entre os participantes traz uma diversidade que a gente não costuma ver em programas do gênero. Dá um sabor diferente.
"Ilhados com a Sogra" e a transformação das famílias
A seguir, confira mais trechos da conversa com a apresentadora Fernanda Souza realizada por vídeo no dia 12 de dezembro — os conteúdos sobre Ilhados com a Sogra estavam com embargo de publicação até a estreia da segunda temporada.
Como são escolhidas as dinâmicas e as provas de Ilhados com a Sogra, que refletem bastante os sentimentos e as fissuras de cada família?
Não sei muito dessa parte, mas o que eu imagino é que exista um estudo bem profundo desses personagens antes, durante, até o final do programa, para poder contar as histórias de todos eles, sabendo quais são os conflitos iniciais e entendendo o que cada um ali quer transformar. Acredito que eles (os produtores) pensem muito como é que essas dinâmicas podem afetar a maior parte daqueles participantes. E aí, acho que o maior acerto dessa dinâmica que acontece ali no off do jogo, da prova em si, é ter a participação da Xenia (Xenia Carlsson), que é uma psicóloga, uma profissional maravilhosa, que vai aí também dando um tom que incentiva a terapia, que incentiva esse diálogo com o outro e consigo. Acho que há uma equipe muito inteligente que consegue, através dessas dinâmicas, sem invadir, convidar a pessoa a expor o seu sentimento, mas num lugar muito seguro. Eu acredito que os participantes se sintam muito acolhidos ali, porque a nossa intenção é essa, que eles tragam os conflitos. Isso é uma coisa que eu reparei na segunda temporada. Muitas pessoas falando de assuntos que na vida são tabus, que eles não conseguem acessar lá fora. Então, imagina a coragem dessa família e também a confiança de entregar-se pra falar isso num programa. É porque eles se sentem seguros, veem um cuidado muito grande.
Quem tá ali sabe que tá recebendo uma chance gigantesca de abordar determinado assunto e de fazer uma transformação que vai afetar durante anos e anos e anos a vida real, que é o que vale mesmo, né, quando aquilo acaba.
FERNANDA SOUZA
Apresentadora de "Ilhados com a Sogra"
Há algum momento dessa segunda temporada ou da primeira que você tenha considerado o mais tenso?
Eu acho que todos os momentos de prova geram muita tensão. São os momentos de que eu participo, né? Porque nos momentos da dinâmica que acontecem na vila, muitas vezes eu não estou. Acho as tretas das provas são fortes porque elas valem pontos, e os pontos lá na frente valem dinheiro. E o que acontece é que, se a relação dos familiares não tá boa nos bastidores, digamos, na vila, a chance de eles não irem bem na prova é muito grande. E a gente vê isso acontecer. E, às vezes, a sua relação pode estar super legal com a pessoa com quem você tá participando, com a sua sogra, porém, acontece um erro da pessoa, ou uma distração, e aí isso impacta o jogo. Então, é um momento de muita tensão. Eu sempre fico muito tensa. E por isso eu me emociono, eu choro quando dá tudo certo. Tem momento que eu começo a gritar, eu falo: "Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não...". Eu tô apresentando, mas fico nervosa. E no quarto episódio da segunda temporada tem uma pergunta que é demolidora, né? A questão do encontro: com quem o filho ou a filha quer se encontrar, com a mãe ou com a esposa ou o marido?
Ilhados com a Sogra é um reality show que precisa muito de uma espécie de sigilo. Como você brinca no início de cada temporada, as famílias não sabem de fato o que vai acontecer. A gente vê que, ao longo do tempo, programas como Big Brother Brasil perdem em autenticidade, os participantes vão pra lá já sabendo mais ou menos o que devem fazer. Como é que imagina o futuro de Ilhados com a Sogra?
Pois é, cara. Nessa segunda temporada, eles inventaram outro reality. E as pessoas realmente acreditaram. E eu sou prova, porque eu dei a notícia pra cada uma das famílias e ninguém desconfiava de que eles estavam no Ilhados com a Sogra. Mas eu tenho certeza de que eles já devem estar quebrando a cabeça agora. Eles já estão pensando como é que a gente vai fazer isso na terceira, na quarta, na quinta temporada. Eu já falei que tô disponível até a 28.
Se você tivesse que definir Ilhados com a Sogra em uma palavra, qual seria?
Transformação. Acho que tá todo mundo ali não só pensando "Ah, eu quero ganhar". Tá todo mundo pensando "Cara, como é que eu consigo transformar isso?". Porque a pessoa sabe o que tem dentro do coração dela. Ela sabe por que, de alguma maneira, foi escolhida. Eu, por exemplo, não tenho conflito com a minha sogra, então eu não seria uma personagem. Mas quem tá ali sabe que tá recebendo uma chance gigantesca de abordar determinado assunto e de fazer uma transformação que vai afetar durante anos e anos e anos a vida real, que é o que vale mesmo, né, quando aquilo acaba. Então, eu acho muito corajoso da parte dessas pessoas. Eu acho que, independentemente da solução que for encontrada, todo mundo vem com um coração muito grandioso, sedento por mudança, por transformação, por uma reconfiguração familiar, de muito mais união e amor. E eu acho que isso é um motivo muito nobre pra um reality acontecer. É o reality mais nobre que a gente tem. É o reality que mais incentiva a transformação não só dos familiares, mas da pessoa em si. E quando a gente muda nossa relação com a gente, a gente muda nossa relação com o mundo. Os participantes entram lá falando do que não gostam um do outro. Depois é "já entendi o seu jeito de ser, você também já entendeu o meu. A gente já conviveu tantos dias aqui numa ilha, e deu tudo certo. Pô, vamos levar isso pra vida lá fora?". Acho que Ilhados com a Sogra transforma quem tá lá e inspira a transformação de quem tá em casa. Esse programa é realmente um achado, um primor. A Netflix fez algo que o mundo não tinha feito ainda, e o mundo se apaixonou (na primeira temporada, o programa teve 1,8 milhão de visualizações e 6,4 milhões de horas consumidas na plataforma entre os dias 9 e 15 de outubro, ocupando a sexta posição do top 10 de séries em língua não inglesa).
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