O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, classificou como um "pequeno desastre" a proposta do assessor econômico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes, de unificar a alíquota do Imposto de Renda.
— É um pequeno desastre, porque vai fazer o pobre, que já paga mais imposto que o rico, pagar ainda mais — comentou o ex-prefeito de São Paulo.
Haddad ainda prometeu não recriar a CPMF, como tentou a presidente cassada Dilma Rousseff. Paulo Guedes, por sua vez, defendeu adotar um imposto sobre movimentações financeiras semelhante ao tributo.
— Não vamos recriar a CPMF e vamos isentar de Imposto de Renda de quem ganha até cinco salários mínimos — reforçou Haddad.
Ministério da Fazenda
Ao falar sobre a definição de um perfil para o Ministério da Fazenda, Haddad disse que a escolha precisa ser de um nome "pragmático", e não um "economista figurão".
— O meu (perfil) — brincou, ao falar que a ideia original era que ele fosse ministro da Fazenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
— Às vezes os economistas, esses figurões, são muito sectários, acham que são donos da verdade. Quando você está no governo, tem que ter jogo de cintura, pragmatismo, flexibilidade para buscar a solução — afirmou.
Questionado se o perfil seria o de um político para a Fazenda, Haddad respondeu:
— Tem que saber buscar a solução — declarou.
Quando provocado se indicaria Ciro Gomes (PDT) para o cargo, o petista não respondeu. Anteriormente, no entanto, falou que a definição da equipe é feita no segundo turno pensando em ganhar a eleição.
"Firmeza e autocontrole"
Em resposta a Ciro Gomes, Haddad disse que a força de um presidente da República é representada por "firmeza e autocontrole". Mais cedo, o candidato do PDT afirmou em entrevista à rádio CBN e ao G1 que "o Brasil não suporta mais um presidente fraco", em referência à escolha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela candidatura de Haddad.
— A força, para mim, de um presidente se dá por duas questões: a primeira é firmeza e a segunda é autocontrole — comentou Haddad em coletiva de imprensa, afirmando que é uma pessoa "firme e controlada para evitar provocação".
Haddad ponderou que é amigo de Ciro mas que, "as vezes", os dois têm opiniões diferentes.
Cordão de seguranças
Militantes ajudaram a fazer a segurança do candidato do PT à Presidência em Guarulhos. Homens vestidos com uma camiseta do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários no Transporte de Passageiros, Urbano, Suburbano, Metropolitano, Intermunicipal e Cargas de Guarulhos (Sincoverg) fizeram um cordão humano em volta de Haddad e controlaram o acesso de eleitores ao presidenciável. Além disso, o petista conta com seguranças da Polícia Federal.
Ao caminhar por um trecho de 300 metros de uma área comercial em Guarulhos, Haddad não entrou em lojas, acenou para eleitores e discursou em cima de um palco montado na rua cercado pelo cordão de seguranças.