Jair Bolsonaro (PSL) voltou a protagonizar nova polêmica. Durante comício em Rio Branco, no Acre, no último sábado (1/9), o presidenciável usou um tripé de câmera fotográfica para simular um fuzil. Com o equipamento em mãos, de cima de um trio elétrico, fingiu disparar contra seus adversários petistas dizendo: "Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre." A assessoria do deputado federal pelo Rio de Janeiro alega que "foi uma brincadeira, como sempre".
— Vamos botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá. Só que lá não tem nem mortadela, hein galera! Vão ter que comer capim mesmo — bradou Bolsonaro de cima do caminhão de som.
O vídeo mostrando a atitude de Bolsonaro foi compartilhado nas redes sociais e motivou embates entre apoiadores e críticos do candidato. Principalmente, por ter ocorrido em local já fragilizado pela violência contra imigrantes — a região norte vive desde agosto momentos de tensão e ataques a venezuelanos, sobretudo em Pacaraima, no Norte de Roraima, fronteira com a Venezuela.
O episódio dividiu as manifestações nas redes sociais. De um lado, eleitores de Bolsonaro defendem que foi uma brincadeira, mas outra parte dos internautas acusa o deputado de fazer apologia à violência. As imagens não foram publicadas nas redes do político. Sobre as atividades de campanha no Acre, o candidato publicou apenas sua chegada ao aeroporto de Rio Branco e um vídeo "ao lado de índios, um pronunciamento de união de todos brasileiros."
A coligação "O povo feliz de novo" (PT/PCdoB/Pros) entrou com representação criminal, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra Bolsonaro, por ameaça. Além disso, ingressou com notícia crime pelos crimes de injúria eleitoral e incitação ao crime.
A denúncia pontua que "conforme comprovado por vídeo em ato realizado no Acre, Bolsonaro fez gesto de "fuzilamento" e instou seu público a, em suas próprias palavras, "fuzilar a petralhada toda aqui do Acre". O ódio destilado pelo deputado, em sua campanha da raiva e da truculência, parece não encontrar limites, incitando ao assassinato de cidadãos de esquerda. O candidato incorreu no crime de injúria eleitoral — quando ocorre a ofensa à honra subjetiva de alguém durante a propaganda eleitoral, ou visando a propaganda —, ameaça e incitação ao crime de homicídio".