O candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, negou que esteja atacando o também candidato Jair Bolsonaro (PSL) em sua campanha na TV e no rádio. Desde sexta-feira (31), data em que se iniciou a propaganda eleitoral, o ex-governador de São Paulo tem utilizado declarações do deputado nos spots de rádio e TV para tentar depreciá-lo.
— Não há nenhum ataque, é ele que fala. Se o que ele fala é ataque, o problema é dele — disse o tucano ao deixar um comício com aliados do ABC Paulista, em São Paulo, neste domingo (2).
Alckmin também foi questionado sobre a resposta que a campanha do PSL postou nas redes sociais, ligando-o ao escândalo da merenda durante sua gestão.
— Ele é mal informado ainda, porque a questão da merenda foi o Estado que apurou junto com o Ministério Público (MP). Não havia envolvimento de ninguém do governo, o que havia eram estelionatários nas cooperativas prejudicando os cooperados — se defendeu.
Uma das propagandas eleitorais de Alckmin, por exemplo, mostra o presidenciável gritando com a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) no salão verde da Câmara e a chamando de "vagabunda". "Você gostaria de ser tratada desse jeito?", pergunta a narradora da inserção.
Outro vídeo não traz declarações de Jair Bolsonaro, mas também faz referência direta ao candidato. Copiado de uma campanha de desarmamento no Reino Unido, mostra um projétil acertando diversos objetos que representariam fome, analfabetismo e crise hídrica, entre outros. "Não é na bala que se resolve", mostra o vídeo, antes que a bala acerte a cabeça de uma criança negra.
Apesar do tom na campanha televisiva, Bolsonaro não foi alvo de comentários no comício. Ao invés disso, os aliados aproveitaram que estavam no berço político do ex-presidente Lula e do PT para atacar o tradicional adversário e até o presidente Michel Temer.
— Fiz questão de vir aqui porque São Bernardo é terra daquele criminoso que está preso em Curitiba — afirmou o ex-prefeito e candidato ao governo do Estado, João Doria —Fernando Haddad não gostava de trabalhar, quando era prefeito começava às nove horas e terminava às seis e meia, não trabalhava no fim de semana, não é como eu ou Geraldo — completou.