Entoando gritos de "Lula livre" e "eleito", petistas confirmaram, neste domingo (5), o ex-ministro Miguel Rossetto, 58 anos, como candidato do partido ao governo do Rio Grande do Sul. Para preencher a vaga de vice, o PT anunciou a vereadora de São Leopoldo Ana Affonso – o nome, porém, não é definitivo.
O PT ainda busca uma aliança que poderia concretizar Abigail Pereira (PC do B) para a vaga, desde que fechada uma eventual coligação nacional, colocando Manuela D'Ávila como companheira de chapa de Lula à Presidência. Abigail foi vice de Tarso Genro nas eleições de 2014 e, agora, teria de desistir de concorrer ao Piratini – já que ela teve o nome confirmado pelo PC do B em convenção realizada no sábado (4).
A regra da Justiça Eleitoral é de que 24 horas depois do dia 5 de agosto as atas das convenções partidárias devem ser entregues com preenchimento completo das chapas. Não há a possibilidade de o candidato a presidente ou a governador estar sem vice. Caso isso ocorra, a coligação não poderá fazer o registro da candidatura até o dia 15 de agosto. Mas uma hipótese permitida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é a substituição de nomes. Qualquer postulante que estiver em ata poderá ser trocado até o registro da chapa, sem ônus ao processo eleitoral.
O escolhido do PT para disputar a vaga ao Piratini, além de ministro nos governos de Lula e Dilma Rousseff, foi vice-governador do Estado na gestão de Olívio Dutra (1999-2002). É um dos fundadores do partido e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Foi também deputado federal em 1994.
Depois de participar do governo de Olívio Dutra, atuou no Ministério do Desenvolvimento Agrário entre 2003 e 2006. De 2008 a 2014, foi presidente da Petrobras Biocombustível. Em 2014, voltou ao ministério, onde ficou até assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República.
Já Ana Affonso é professora e está no terceiro mandato na Câmara de São Leopoldo. Já foi deputada estadual, de 2011 a 2014.
— Estamos lutando para que o Estado seja carregado de Justiça. Nós combatemos o governo Sartori, o governo das elites, do atraso. Essa direita que hoje se apresenta com duas caras será derrotada por nós, construtores da Justiça — discursou Rossetto.
A convenção do PT teve início, no centro de Porto Alegre, aquecida pelo resultado da convenção nacional do partido, ocorrida no sábado (4), em São Paulo, e que teve a confirmação da candidatura de Lula à Presidência da República. O presidente da sigla no Estado, Pepe Vargas, defendeu que a decisão foi tomada porque a "legislação garante isso a Lula".
— Eu conclamo a militância a ir para todos os cantos do Rio Grande, a fazer aquilo que o Lula pediu que a gente fizesse. Que se ele não pudesse caminhar pelas ruas do país, nós caminharíamos no lugar dele pelas ruas. Que se ele não pudesse falar diretamente ao nosso povo, que ele falaria através na nossa voz e que se ele não pudesse ter a possibilidade de sonhar, ele sonharia através da nossa cabeça — discursou.
O ex-presidente Lula está preso em Curitiba, desde 7 de abril, após ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em segunda instância, no caso do triplex de Guarujá.
O PT decidiu que serão realizadas caravanas saindo de todos os Estados até Brasília no dia 15 de agosto, prazo final para apresentação de pedidos de registro de candidaturas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Presente à convenção em Porto Alegre, o ex-governador Tarso Genro discursou e também defendeu a candidatura de Lula à Presidência.
— Está correta a estratégia do nosso partido de manter a candidatura de Lula, porque ela unifica nosso partido, ela denuncia o golpe e mostra que a consciência política nacional majoritária não aceitou, não digeriu esse golpe.