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Conselheiro de Bolsonaro sobre Presidência: "Se entrou guerrilheira, por que não ex-capitão?" 

Paulo Guedes disse que o nome de Janaína Paschoal, do príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança e de Onix Lorenzoni são cogitados para o cargo de vice-presidente 

Estadão Conteúdo

Flávio Neves / Agencia RBS
Liberal é o grande nome por trás do plano de governo de Bolsonaro

Principal assessor e responsável pelo plano econômico do programa de governo do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, o economista Paulo Guedes defendeu, na sexta-feira (27), a participação de militares em um eventual mandato do militar reformado carioca. 

— Entrou alguém que estava na guerrilha há 20 anos, por que não pode entrar um (ex-) capitão do Exército? — questionou Guedes, em referência à presidente cassada Dilma Rousseff (PT), que atuou na Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) durante a ditadura militar.

Em uma tentativa de diminuir a desconfiança de economistas em relação à candidatura de Bolsonaro, Guedes ressaltou sua confiança nas instituições e na democracia, que, segundo ele, "dão segurança à alternância de poder". Como exemplo, disse que, quando o Executivo "se portou mal", houve impeachments de presidentes e, quando o Legislativo se portou mal, o Judiciário agiu.

Ao apresentar as linhas gerais do programa econômico de Bolsonaro, Guedes afirmou que o "objetivo absoluto" é o controle de gastos com a meta de zerar o déficit primário em um ano. 

— Vamos tentar um ataque frontal e zerar o déficit (nas contas públicas) em um ano — diz economista. 

Questionado sobre a disposição de Bolsonaro para fazer uma agenda de reformas econômicas liberais, Guedes disse que o ex-militar entende que precisa ser feita uma transformação no Estado brasileiro. 

— Ao contrário do que todo mundo pensa, porque todo mundo tem medo às vezes do Jair Bolsonaro, não tem ameaça nenhuma, ele é muito ponderado sobre o que é possível fazer — afirmou Guedes.

Forte defensor do liberalismo na economia, o economista demonstrou abertura para a negociação política em torno de propostas econômicas em caso de resistência do Congresso.

— Você acha razoável numa democracia alguém ter carta branca para fazer tudo o que quer? Ou será uma resultante do processo político? Acredito que será resultante do processo político (...); Ninguém é salvador da pátria, ninguém vai fazer nada sozinho, não existe plano mirabolante para salvar o país — disse.

Ao falar de política, o Guedes afirmou que Bolsonaro tem como condição não fazer negociações com base no "toma lá, dá cá". 

— Posso testemunhar que não ouvi um minuto de conversa não republicana do Jair Bolsonaro topando acordo para fazer isso ou aquilo. É inacreditável, mas é fato — disse.

Nomes para vice

O economista afirmou ainda que o nome da advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma, segue cogitado como possível vice. Segundo Guedes, o pré-candidato a presidente "tem três, quatro soluções internas" para a composição da chapa.

Guedes citou o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, descendente da família real, que "fala várias línguas, é um constitucionalista", e o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), "que é o braço direito político" de Bolsonaro.

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