Aliados até o final do ano passado e agora afastados pela disputa eleitoral, MDB e PSDB têm, por enquanto, os maiores tempos de propaganda na corrida pelo governo do Estado. Com apoio de PSB e PSD, o governador José Ivo Sartori larga na frente, com seis minutos e oito segundos. Já o tucano Eduardo Leite, sustentado por PTB, PPS e PHS, tem o segundo maior tempo, com quatro minutos e 24 segundos.
No núcleo do Piratini, Leite é considerado o principal adversário à reeleição de Sartori. Junto com o aliado PTB, os tucanos administram quatro dos maiores colégios eleitorais do Estado (Porto Alegre, Canoas, Pelotas e Santa Maria). Leite também tem minado a base de apoio de Sartori na Assembleia. Graças à ação do tucano, o governo não conseguiu aprovar o plebiscito para venda de estatais e começa a perder o suporte de outras legendas. Além de atrair o independente PTB, Leite levou para seu palanque os até então governistas PPS e PHS.
O governador conseguiu manter a fidelidade do PSB e deve repetir a dobradinha na chapa com o PSD do vice José Paulo Cairoli. Agora, ambos desejam o suporte de PR e PRB. As duas legendas já decidiram que irão caminhar juntas na eleição, usando como principal ativo nas negociações o tempo de TV que, somado, chega a dois minutos e 34 segundos.
— Se formos para o lado do Sartori, desequilibramos a eleição. Se formos para o Leite, equilibramos. Os dois estão bem loucos atrás de mim, mas o que quero é eleger deputado. Até o final do mês vamos decidir — garante o presidente estadual do PR, Giovani Cherini.
Os dois estão bem loucos atrás de mim, mas o que quero é eleger deputado.
GIOVANI CHERINI
Presidente estadual do PR, sobre o assédio de Sartori e Eduardo Leite
Dos 35 partidos do espectro político, 15 ainda não definiram com qual candidato ao Piratini irão caminhar nas eleições de outubro. As incertezas no cenário nacional têm atrasado a formalização de alianças e ameaça isolar várias siglas. A menos de um mês da abertura do prazo para as convenções, quatro pré-candidatos ainda não conseguiram nenhum apoio. Além da garantia de obter uma militância engajada na busca pelo voto, as alianças são importantes porque aumentam o tempo de propaganda e os recursos disponíveis no fundo eleitoral.
No PP, Luiz Carlos Heinze reuniu de uma só vez o consórcio formado por DEM, Pros e PSL, mas ainda busca parceiros de maior envergadura. Mesmo assim, Heinze tem até agora três minutos e 22 segundos de tempo de TV, ficando à frente do PT e atrás somente de Leite e Sartori.
A princípio, os partidos de esquerda têm sido os mais prejudicados pela lentidão das negociações. O PT está sozinho na pré-campanha de Miguel Rossetto. Se esse quadro se manter, terá três minutos e um segundo de propaganda. Situação semelhante vive o PC do B com Abigail Pereira. O PDT atraiu apenas o minúsculo PV para o palanque de Jairo Jorge. Já o PSOL se coligou ao PCB e ao PPL em torno da candidatura de Roberto Robaina e ainda trabalha para juntar o PSTU ao grupo.
No PT, uma orientação da executiva nacional impede a realização de alianças com partidos que sustentaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A medida restringiu o escopo das coligações, sobretudo depois que PDT, PSOL e PC do B anunciaram candidaturas próprias. Das três legendas, o único que poderia recuar e abrir mão da disputa ao Piratini para se juntar aos petistas é o PC do B. Contudo, a candidata do partido à Presidência, Manuela D'Ávila, já disse que não pretende reeditar a antiga parceria. O presidente do PT, Pepe Vargas, ainda nutre esperanças de um acerto.
Se não for possível no primeiro turno, certamente estaremos juntos no segundo.
PEPE VARGAS
Presidente do PT, sobre aliança com o PCdoB de Manuela
— Temos conversado e mantido ações conjuntas. Se não for possível no primeiro turno, certamente estaremos juntos no segundo — diz Pepe.
Manuela tem conversado bastante com Ciro Gomes (PDT) sobre uma união das esquerdas na disputa pelo Planalto, o que poderia sinalizar aliança no plano nacional e estadual. Segundo o presidente estadual do PDT, Pompeo de Mattos, caso Manuela abra mão da candidatura presidencial em prol de Ciro, o PC do B poderia se unir a Jairo Jorge aqui no Estado. Pompeo também mantém conversas com Solidariedade (SD) e PR e nutre esperança de atrair o PSB, cujo apoio à reeleição do governador José Ivo Sartori (MDB) foi formalizada semana passada.
— O jogo começa a afunilar, mas ainda não está jogado — contemporiza o pedetista.
Nos partidos de centro-direita, somente o Novo firmou disposição de manter uma chapa pura, encabeçada por Mateus Bandeira. O PMB, de Luiz Fernando Portella, segue o mesmo caminho, mas mais por falta de opção do que por afinidade ideológica com eventuais parceiros. Sozinhos, tanto PMB quanto Novo terão apenas quatro segundos de propaganda.
Os candidatos
José Ivo Sartori (PMDB-PSB - PSD) - 6min08s
Eduardo Leite (PSDB-PTB - PPS - PHS) - 4min24s
Luis Carlos Heinze (PP-DEM - PROS - PSL) - 3min22s
Miguel Rossetto (PT) - 3min01s
Jairo Jorge (PDT- PV) - 1min22s
Abigail Pereira (PC do B) - 25s
Roberto Robaina (PSOL-PCB - PPL) - 25s
Luiz Fernando Portella (PMB) - 4s
Mateus Bandeira (Novo) - 4s
Fundo Eleitoral
Veja o valor que cada partido terá à disposição no Brasil
MDB - R$ 234.232.915,58
PT - R$ 212.244.045,51
PSDB - R$ 185.868.511,77
PP - R$ 131.026.927,86
PSB - R$ 118.783.048,51
PR - R$ 113.165.144,99
PSD - R$ 112.013.278,78
DEM - R$ 89.108.890,77
PRB - R$ 66.983.248,93
PTB - R$ 62.260.585,97
PDT - R$ 61.475.696,42
SD - R$ 40.127.359,42
PODE - R$ 36.112.917,34
PSC - R$ 35.913.889,78
PC do B - R$ 30.544.605,53
PPS - R$ 29.203.202,71
PV - R$ 24.640.976,04
PSOL - R$ 21.430.444,90
PROS - R$ 21.259.914,64
PHS - R$ 18.064.589,71
AVANTE - R$ 12.438.144,67
REDE - R$ 10.662.556,58
PATRI - R$ 9.936.929,10
PSL - R$ 9.203.060,51
PTC - R$ 6.334.282,12
PRP - R$ 5.471.690,91
DC - R$ 4.140.243,38
PMN - R$ 3.883.339,54
PRTB - R$ 3.794.842,38
PSTU - R$ 980.691,10
PCB - R$ 980.691,10
PCO - R$ R$ 980.691,10
PPL - R$ 980.691,10
NOVO - R$ 980.691,10
PMB - R$ 980.691,10