A RBS TV promoveu, na noite desta sexta-feira (25), um debate entre os candidatos à prefeitura de Caxias do Sul. Com mediação de Shirlei Paravisi, participaram do programa Adiló Didomenico (PSDB) e Maurício Scalco (PL). Assista abaixo.
Saiba como foi, bloco a bloco:
1º bloco
O debate iniciou com Scalco questionando a Adiló sobre um jantar onde o prefeito teria arrecadado dinheiro com CCs e apoiadores para a campanha. Antes de responder, o atual prefeito quis mandar um recado aos espectadores alegando que a campanha de Scalco quis colocar um “carimbo” de que a coligação de Adiló teria realizado conchavos. Adiló afirmou que não há conchavos e que só realizou acordo com o MDB. Sobre a pergunta, o tucano disse que toda a arrecadação é legal e transparente, “dentro das regras da justiça eleitoral”.
Adiló, depois, alegou que Scalco “é o campeão” de uso do fundo eleitoral. A palavra voltou a Scalco, que insistiu no tema, alegando que o jantar de arrecadação não teria aparecido na prestação de contas. Depois, o candidato do PL perguntou se isso seria uma norma de Adiló aos cargos comissionados. O tucano rebateu que a contribuição é legal, com CPF dos doadores e que estará disponível na prestação de contas dentro do prazo exigido.
Scalco alegou que um servidor do governo atual seria alvo de denúncia de desvio de recursos do banco de materiais de construção. O candidato também citou que existe uma CPI dos Serviços Funerários e que o último balanço da Festa da Uva teria problemas. Adiló respondeu que todos os caminhões da prefeitura têm rastreadores, que foi aberta uma sindicância e, se algo for comprovado, medidas serão tomadas. Sobre a Festa da Uva, o tucano afirmou que a prestação de contas pode ser conferida. Adiló, então, questionou Scalco sobre auxílio aos agricultores do município.
Scalco disse ser importante ter transparência em processos como licitações. O candidato do PL não respondeu à pergunta de Adiló e novamente questionou o tucano sobre os serviços funerários.
Adiló afirmou que irá acabar com o monopólio no setor e que o que está atrapalhando é a liminar da Justiça movida por Scalco contra o processo. O tucano ainda afirmou que a licitação foi feita por servidores de carreira e por entidades da cidade. Ele alegou ainda que Scalco não é a pessoa mais recomendada por administrar um orçamento bilionário de Caxias pelo “histórico” do Scalco. Ainda disse que Scalco está ao lado “do pessoal do mal, que quer dividir Caxias”. Adiló também questionou se Mauricio Marcon, deputado cassado, parentes dele e Elvio Gianni, ex-secretário, terão cargo no governo de Scalco.
Scalco insistiu no tema dos serviços funerários. O candidato do PL alega que os serviços em Caxias são “três ou quatro vezes” mais caros que em outras cidades. Ele ainda justificou que entrou com o processo da liminar porque a licitação, segundo ele, seria direcionada.
Adiló, então, disse que “fica triste” porque Scalco usa a acusação de conchavo político para “induzir o eleitor ao erro”. O tucano reafirmou que a única parceria firmada é com o MDB. O candidato do PSDB, então, reforçou que Scalco não respondeu o questionamento sobre o auxílio aos agricultores.
A palavra voltou a Scalco, que prometeu “estradas boas” para melhorar o transporte dos agricultores. Prometeu, ainda, buscar verbas federais.
Adiló rebateu que o problema não são as estradas, mas que a “terra ficou arrasada”. O tucano disse ainda que foi o prefeito que mais buscou recursos para auxiliar os agricultores. Ele lembrou que houve muita destruição por conta das crises climáticas do Estado.
Depois, Adiló questionou Scalco sobre o que o candidato do PL falou sobre as verbas do aeroporto de Vila Oliva, que Scalco dizia que a prefeitura tinha perdido. Adiló pediu se Scalco pediria desculpas sobre as declarações, após anúncio do governo federal sobre os recursos.
Na resposta, Scalco voltou a dizer que a prefeitura perdeu a verba de R$ 200 milhões, atribuindo a afirmação ao senador Luis Carlos Heinze (PP). Adiló afirmou que a resposta de Scalco é uma “inverdade” e que a verba nunca foi perdida. O tucano afirma que o governo federal disponibilizou o que é preciso para o início da obra, no valor de R$ 170 milhões. Adiló disse que a prefeitura sempre manteve o projeto e que foi acompanhado de perto pela Secretaria Nacional de Aviação Aérea.
Scalco voltou a dizer que o recurso havia sido perdido e que foi recuperado. Adiló disse que o candidato do PL desconhece os trâmites. O tucano apontou que Scalco não se acerta com o governador do Estado e quer saber como ele vai conversar sobre as estruturas auxiliares ao aeroporto, como as estradas.
Scalco não respondeu à pergunta e disse que Adiló estar com Leite é “ficar passeando” e acusou o Estado de não repassar verbas para saúde. O tucano disse que o Estado ajuda nas contas do município e que já está acertado com o Estado a duplicação da Rota do Sol e a estrada que ligará Caxias e Região das Hortênsias ao aeroporto.
Scalco acusou Adiló de fazer as mesmas propostas de quatro anos atrás e de não ter entregue nenhuma grande obra na gestão. Ele ainda alegou que precisa de uma melhor gestão de recursos para conseguir atender áreas como a saúde.
2º bloco
O segundo bloco, com tema definido, começou com uma pergunta sobre saúde. Scalco questionou sobre as filas de espera no SUS. Adiló afirmou que pegou a cidade com a fila em 46,5 mil pessoas e hoje está em cerca de 29 mil. O tucano ainda lembrou que a cidade passou pela pandemia, quando a demanda ficou represada. Adiló afirmou ainda que está buscando mais procedimentos, que está abrindo a telemedicina, com processo de licitação para quatro novas UBSs, além de reforço em programas de saúde para família. Adiló afirmou que a preocupação de Scalco deveria ser também com quem sonega impostos.
Scalco, depois, citou o caso de uma moradora de Forqueta, que segundo ele, precisa de um exame emergencial. Adiló disse que vai comprar exames e cirurgias na região para os caxienses. Depois, acusou Scalco de cair duas vezes na malha fina da prefeitura, recordando da preocupação de Scalco com recursos.
Na resposta, Scalco prometeu chamamento de consultas e exames. Ele agradeceu ao deputado federal Mauricio Marcon (Podemos) por envio de verbas para saúde “e outros deputados”. Scalco alegou, que sem as verbas, teria menos atendimentos. Scalco ainda prometeu expandir o horário de algumas UBSs até 22h para ter médicos até esse horário para atendimento.
Adiló respondeu que “salvar vidas é o que mais estamos fazendo”. Adiló afirmou ainda que Caxias teve a menor letalidade na pandemia. Ele disse que contratou serviços como horas-médico e que tem, no plano de governo, a promessa de construir a UPA Zona Sul. Adiló ainda alegou que pegou a cidade em situação crítica “por um governo da aventura”, que comparou às promessas de Scalco.
Scalco chamou atenção para a fala de Adiló que pede para o eleitor “ficar tranquilo”, afirmando que há moradores que não estão tranquilos e que o prefeito tem um governo de promessas. O candidato do PL também alegou que há UBSs sem médicos.
Adiló rebateu que “médico tem, sim” e que a empresa contratada tem 48 horas para suprir profissionais em caso de falta. O tucano voltou a falar sobre a telemedicina e ampliação das estruturas de saúde.
Scalco disse que visitou um bairro e que não havia médico na UBS. O candidato do PL, porém, não citou o bairro que visitou. Scalco acusou Adiló de não andar pelos bairros. O tucano respondeu que “conhece bem os bairros” e que gosta de andar por eles.
No fim do bloco, Scalco ganhou um direito de resposta. Ele afirmou que tem negativas que provam que ele não teria dívidas com a prefeitura.
3º bloco
No terceiro bloco, a dinâmica voltou a ser de tema livre. Adiló começou questionando sobre os planos de Scalco para arrumar as ruas, infraestrutura e saneamento.
Scalco disse que vai ter um banco de projetos para captar verbas. Ele prometeu fazer viadutos, elevadas e sinaleiras inteligentes. Scalco disse que precisa de um viaduto na saída da Perimetral Norte, que tem o projeto, e também próximo ao Hospital Geral. Scalco prometeu revisar todo plano diretor de Caxias para moldar a cidade “em áreas de desenvolvimento”. Scalco também quer nova área industrial e alterar a lei das águas, porque existiriam áreas consolidadas que empresas não poderiam ser instaladas por ser zona das águas.
Adiló afirmou que já há projetos para viadutos. Na área de infraestrutura, ele disse que conquistou grandes obras e que cinco foram contempladas pelo PAC, citando o túnel de drenagem da Rua Matteo Gianella. Adiló também disse que a atual gestão está fazendo recapeamento de 66 ruas na cidade.
Scalco afirmou que Adiló poderia ter aplicado o projeto de seguro garantia de licitação na obra do Desvio Rizzo. O prefeito afirmou que isso foi feito quando a legislação permitiu. Scalco prometeu obra em entroncamento na Zona Sul (Avenida Bom Pastor com Assis Mariani) e nova estação de transbordo para melhorar o transporte coletivo. Ele também quer rever a malha viária de transporte público para melhorar a oferta de horários.
Scalco pediu para Adiló ir ao bairro Cânion após a chuva de quinta-feira (24), onde, segundo ele, a prefeitura fez “obra eleitoreira”. Scalco também acusou de obra semelhante no bairro Pioneiro.
Adiló disse que Scalco desconhece a situação do Cânion, em que, segundo o tucano, o acúmulo do lixo trouxe deterioração da rua após os resíduos obstruírem a passagem da água. Sobre a Rua Angelo Agostini, no Pioneiro, houve uma quebra de galeria pelo peso do rolo. Adiló lembrou que Caxias ficou mais de quatro meses sem usina de asfalto após a antiga ser destruída na chuva de maio. Adiló voltou a acusar Scalco de ter “discurso parecido com o governo da aventura”. Adiló disse ainda que a prefeitura vai capear mais de cem ruas e sinalizar todas.
Scalco rebateu que “aventura é ficar quatro anos na promessa”. Scalco acusa a prefeitura de começar obras no período das eleições. Ele voltou a dizer que intervenções sem planejamento desperdiçam dinheiro público.
Adiló respondeu que a gestão “cuida bem do recurso público”, inclusive sendo o primeiro governo a baixar imposto no município. Adiló disse que agora a prefeitura está habilitada a usar seguro nas obras e todas as licitações têm isso. Adiló afirmou ainda que, apesar do contratempo, a obra do Rizzo vai ser terminada e deixará a população satisfeita.
Scalco voltou a dizer que o projeto do seguro das obras é seu e que deveria ter usado antes. Ele também disse que fez projeto para reduzir imposto para negócios de tecnologia.
Adiló voltou a dizer que o seguro para obras só foi liberado pela legislação federal em abril deste ano. Adiló questionou, então, o que Scalco fará em locais como o Loteamento Pinheiro.
Scalco não respondeu e acusou Adiló de que a prefeitura tinha R$ 72 milhões em dívidas no início da gestão, e não R$ 230 milhões, como foi dito pelo tucano. Scalco diz que o ex-prefeito Daniel Guerra pegou a prefeitura com dívida de R$ 320 milhões e que deixou o mandato com R$ 115 milhões.
Adiló explicou que uma coisa é saldo devedor e outra é o balanço para fechar o ano. Adiló disse que Scalco tenta distorcer as informações e que fica feliz de não ter seguido conselhos de Scalco, que, para Adiló, não é a melhor pessoa para administrar negócios. Adiló disse que procurou enxugar a máquina.
Scalco voltou a insistir sobre o assunto da dívida pública. Ele disse que Adiló “se faz de vítima sempre” e que ataca Scalco. Adiló disse que pegou a dívida em R$ 230 milhões e que organizou o município para novos investimentos. Adiló citou ainda que agora poderá ter gestão sem pandemia, sem Caso Magnabosco e situação do fundo dos servidores aposentados.
Scalco diz que as contas do município foram ajustadas porque teria vindo “muito dinheiro” na pandemia dos governos federal e estadual.
4º bloco
No quarto bloco, Adiló iniciou questionando sobre habitação. Ele lembrou que Scalco não respondeu sobre o Loteamento Pinheiro e perguntou sobre o plano para combater o déficit de moradias.
Scalco começou dizendo que a prefeitura teria entregue apenas 17 casas e acusou um servidor de desviar recursos para construir uma moradia em Arroio do Sal. Scalco disse que quer acelerar a regularização fundiária e que quer fazer projeto em que a população pode negociar o terreno que precisa ser regularizado para ter capital de giro dando o terreno como garantia.
Adiló respondeu que conquistou 227 casas junto ao Estado, que Adiló diz ter área e projeto, e mais 440 com o Minha Casa, Minha Vida. Adiló disse ainda que conseguiu a compra de 140 lotes urbanizados para a construção de casas. Adiló rebateu a afirmação sobre as verbas recebidas dos governos, dizendo que foi só em 2020. Adiló diz ainda que a gestão comprou 220 kits da casa própria. Afirmou que fez a lei da regularização fundiária e entregou a regularização para mais de nove mil pessoas. E disse que Scalco não reconhece os mais de 40 projetos que a gestão de Adiló teria entregue.
Scalco voltou a pedir quantas moradias populares a gestão entregou. Adiló perguntou como “iria sair entregando casa” na pandemia. Adiló disse que as casas ainda estão em construção. Acusou Scalco de atacar o tucano “o tempo inteiro” e que ele prega o ódio. Adiló pediu para o espectador, então, comparar a ficha de cada candidato e ver como “cada um administrou suas empresas”.
Scalco respondeu que “crítica não é ataque”. Disse que os secretários da administração dele vão ser cobrados e vão ter que entregar metas a cada três meses.
Adiló disse que Scalco desviou o assunto e pediu mais respeito. Afirmou que as casas estão sendo construídas e entregues, além de ter 440 do projeto Minha casa, Minha vida conquistadas. O prefeito voltou a dizer que Scalco não “é o melhor exemplo de administrador”.
Scalco seguiu falando que não pode ter calma por conta do cenário da saúde. Adiló rebateu que arrumou a casa e que Caxias não pode cair em aventura de discurso fácil. Adiló acusou Scalco de menosprezar os servidores públicos. Scalco respondeu que não menospreza os servidores, porque a esposa dele também é.
Adiló teve um direito de resposta concedido. Ele afirmou que implantou rastreadores em caminhões do município e que uma sindicância foi instalada contra o servidor para apurar a acusação sobre a construção de uma suposta casa em Arroio do Sal. Adiló disse que tomará as medidas cabíveis caso a situação seja provada.
Depois, Scalco escolheu o tema de finanças públicas. Ele questionou sobre o plano de governo da atual gestão, que teria sido 92% concluído. Scalco pediu, então, ao espectador se a cidade melhorou 92%.
Adiló disse que Scalco distorce os fatos e que o plano de governo pode ser conferido. Citou que “ninguém está afirmando que resolveu todos os problemas”, mas que o plano de governo está sendo cumprido. Lembrou que lidou com o Caso Magnabosco e com o fundo de aposentadoria dos servidores, em que foram injetados R$ 780 milhões. Ele disse ainda que baixou imposto e trabalhou em regularização do tema.
Adiló voltou a chamar Scalco de campeão de uso de fundos públicos. Scalco abordou o Caso Maganbosco e pediu sobre a solução para o problema. Adiló respondeu que a Procuradoria Geral do Município vem trabalhando, com supervisão do Supremo Tribunal Federal (STF), para o acordo, sem entregar nada da cidade e sem comprometer os cofres públicos. Adiló disse que em 40 anos foi o único prefeito que teve resultado positivo na situação.
Scalco disse que se preocupa com a possibilidade de o caso comprometer as contas da prefeitura. Scalco voltou a pedir como seria o acordo. Adiló voltou a responder que existe uma negociação da PGM, e que a negociação não pode ser discutida em público agora, pela confidencialidade do processo. Adiló disse que a folga no caixa não é muito grande, mas que é possível fazer a negociação.
Scalco disse que a prefeitura teria R$ 253 milhões em caixa e pediu o que poderia ser feito. Adiló disse que o dinheiro é superávit e que não é dinheiro livre, que se “pode fazer o que quiser”.
Scalco voltou a falar sobre o superávit e disse que quer usar o dinheiro “para salvar vidas”, afirmando que essa é a prioridade dele.
Adiló disse que Scalco “joga para torcida” e que o Caso Magnabosco tem um precatório de R$ 600 milhões que se for ordenado, pode “explodir a saúde da região”, por bloquear as contas da prefeitura. Adiló disse estar comprando os exames e cirurgias. Scalco respondeu que precisaria de R$ 50 milhões para zerar a fila e que vai usar a verba para isso. O candidato do PL voltou a dizer que quer fazer chamamento público para exames e consultas.