Nova Roma do Sul, Fagundes Varela e Santa Tereza são as cidades da região que não terão disputa nas urnas no dia 6 de outubro. São 43 municípios gaúchos, no total, com candidaturas únicas. O Rio Grande do Sul é o Estado que tem mais municípios com apenas um candidato à prefeitura.
Em Fagundes Varela, cidade com 2.436 eleitores aptos a votar, Nelton Carlos Conte (MDB) busca a reeleição ao lado do atual vice-prefeito Rogério Binda (MDB). Segundo o prefeito os partidos de oposição PDT, PP e PSD, além do Podemos, criado nos últimos anos, o procuraram para manifestar apoio à candidatura. Em 2020, Conte derrotou o então prefeito Dirceu Binda (PDT). Dirceu, aliás, é tio de Rogério.
— A campanha não está com os ânimos acirrados e nós, do governo, já conseguimos planejar 2025, a próxima gestão — diz o atual prefeito e candidato.
Gisele Caumo (PP), prefeita de Santa Tereza, município com 1,8 mil eleitores, também quer um segundo mandato. Ela concorre com Diogo Farina como candidato a vice. O atual vice de Gisele é Ivan Somensi Ceriotti.
Prefeito do PT em reduto bolsonarista
Em Nova Roma, o candidato único é o petista Roberto Panazzolo, atual vice-prefeito e secretário da Saúde. Ele dará sequência a quatro gestões da coligação PP-PT, que vai para o quinto mandato. O PT já governou Nova Roma por oito anos com a coligação. Depois o PP governou por oito anos e agora o PT retorna. O candidato a vice é Rogério Klin (PP).
O caso é curioso não apenas pelo fato da candidatura única, mas por Nova Roma do Sul ser um reduto bolsonarista. No município, hoje com 3.227 eleitores, Jair Bolsonaro obteve 77,6% dos votos válidos na eleição de 2022 e Luiz Inácio Lula da Silva 22,34%.
Basta 1 voto
Para que Conte, Gisele e Panazzolo sejam eleitos, basta um voto. Pode parecer estranho, mas apenas um voto válido é suficiente para que o candidato único seja eleito.
O chefe de cartório eleitoral de Caxias do Sul Edson Borowski explica que mesmo se do total de eleitores aptos, 99,99% não comparecerem ou votarem nulo ou branco, ainda assim o candidato único estará eleito, porque somente são considerados os votos válidos.
O cientista político Fábio Hoffmann explica que, na prática, se nenhum eleitor for às urnas no dia, o candidato precisará apenas do próprio voto para ser eleito. Mas ele faz uma reflexão sobre o assunto:
— Pensando do ponto de vista do eleitor, é melhor que ele possa escolher um dentre outros projetos para a administração da prefeitura de sua cidade, do que apenas ter que aceitar um único projeto concorrendo — pontua o cientista político.