A seção "5 temas para..." oferece a oportunidade de os candidatos ao governo do Estado se dirigirem diretamente à comunidade regional, sobre temas específicos e de interesse da Serra Gaúcha ou cujos efeitos se manifestam concretamente na região.
Para os oito candidatos de partidos que possuem representação no Congresso, o espaço total disponibilizado, em uma página, foi de até 6 mil caracteres, isto é, para as cinco respostas. Assim, ficou a critério do candidato utilizar todo o espaço concedido ou não.
Algumas respostas não utilizaram todo o espaço disponível. Por essa razão, porque alguns candidatos foram mais sintéticos do que outros, a distribuição do espaço pode ter alguma diferença, sem prejuízo do conteúdo.
>> Cinco temas da Serra Gaúcha para Roberto Argenta
>> Cinco temas da Serra Gaúcha para Edegar Pretto
>> Cinco temas da Serra Gaúcha para Luis Carlos Heinze
>> Cinco temas da Serra Gaúcha para Ricardo Jobim
>> Cinco temas da Serra Gaúcha para Vicente Bogo
Para os candidatos de PSTU e PCB, partidos sem representação no Congresso, o espaço total disponibilizado, em meia página, foi de até 3 mil caracteres.
A publicação das respostas dos candidatos buscará respeitar a ordem alfabética do nome que aparece na urna. Candidatos do PCB e do PSTU ficam para o final. Confira a seguir as perguntas formuladas e as respostas do candidato ao governo do Estado Eduardo Leite (PSDB).
As perguntas formuladas
1. Aeroporto Regional da Serra Gaúcha. O projeto do futuro Aeroporto Regional da Serra Gaúcha está em implantação, na fase de projeto. Há R$ 200 milhões da Secretaria Nacional de Aviação Civil (governo federal), reservados para a obra. Como pode se dar a participação do governo do Estado neste empreendimento vital para o desenvolvimento regional e estadual?
2. Estrutura física das escolas estaduais. Em Caxias do Sul, por exemplo, há três escolas estaduais cujas situações são emblemáticas da desvalorização da educação: Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, Imigrante e Alexandre Zattera. Aguardam melhorias e reformas emergenciais há anos. Tratando a demanda de uma forma geral, qual o plano do candidato para recuperação da estrutura física das escolas estaduais?
3. Programas de estímulo à irrigação. A quase todo ano, se repete o problema da estiagem na Serra, atingido hortigranjeiros, fruticultura e vinicultura. Que plano de ação o candidato pretende implementar para ações preventivas e de apoio contra a estiagem?
4. Preço das tarifas de pedágio no Bloco 3. São rodovias da Serra gaúcha e do Vale do Caí. Há tarifas, como as projetadas para as praças de Farroupilha e São Sebastião do Caí (R$ 8,50 e R$ 9,83, respectivamente, nos dois sentidos) que ficaram pesadas para a região, sob o ponto de vista dos moradores e das empresas. O contrato está por ser assinado. Pode ser obtida alguma redução de tarifa com a participação estadual no pacote de investimentos da concessionária, ou esse é um caminho sem volta?
5. Turismo na Serra gaúcha. Que ações de estímulo podem ser implementadas para fortalecer o turismo da Serra gaúcha, tornando-o definitivamente um polo de referência nacional?
As respostas do candidato Eduardo Leite:
Aeroporto Regional da Serra Gaúcha
"É marco da nossa gestão a parceria com os municípios e com as regiões. O ciclo de investimentos que estamos conduzindo tem esta marca, em inúmeras frentes. Em relação ao Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, asseguro que o Estado investirá, em parceria com prefeituras, para garantir a pavimentação do acesso ao novo aeroporto, tanto para Caxias quanto em direção a Gramado. É estratégico não apenas para a região, como para o Rio Grande do Sul."
Estrutura física das escolas estaduais
"Nós arrumamos a casa, com o ajuste das contas, e no segundo governo vamos arrumar a escola. Sabemos que a condição da nossa rede pública estadual ainda precisa avançar bastante, porque o quadro atual é resultado da delicada condição financeira do Rio Grande do Sul. A principal prioridade do nosso próximo mandato é melhorar a qualidade da educação e do aprendizado, e sabemos que isso será alcançado com uma série de políticas, tanto de valorização dos professores como de estímulo aos estudantes, inclusive melhorando as condições de infraestrutura das nossas escolas. Aliás, nós começamos a fazer isso nos últimos anos. Em Caxias do Sul, por exemplo, R$ 5,4 milhões em repasses extraordinários foram feitos para 158 escolas, dentro do programa Agiliza RS, que deu mais potência à autonomia financeira das unidades de ensino. Em uma próxima gestão, iremos fortalecer este processo, com mais transparência e gestão, além de ampliar o programa das Escolas Padrão e implementar um plano de conservação e manutenção permanente dos prédios escolares."
Programas de estímulo à irrigação
"De todos os temas ligados ao setor do agronegócio, o mais urgente é o combate aos efeitos da estiagem. Nós não ficamos parados no primeiro governo. Agimos para iniciar investimentos necessários à ampliação da capacidade de reservação de água e de convivência com os ciclos de seca. Foram construídos 2.277 açudes em propriedades de agricultura familiar entre 2019 e 2021 e seguiram as obras das barragens Jaguari e Taquarembó, entre muitas outras medidas de intervenção direta, compensação e apoio técnico. No pacote de investimentos apresentado para o setor primário, o programa Irriga + RS previu a destinação de R$ 173 milhões em inúmeros projetos com o intuito de mitigar os efeitos nocivos cíclicos da estiagem sobre a produção gaúcha. No nosso plano de governo, o Crescer Juntos, previmos algumas medidas adicionais que irão consolidar uma estratégia permanente de mitigação, que seja capaz de deixar no passado as oscilações provocadas pela falta de chuva no desempenho da nossa agricultura. O passo a mais que precisa ser dado é criar um programa permanente de suficiência hídrica, com ações transversais de curto, médio e longo prazos, com um foco múltiplo, concentrado no consumo humano, na produção de alimentos e com respeito à sustentabilidade."
Preço das tarifas de pedágio do bloco 3
"Antes de mais nada, é preciso lembrar que as parcerias com a iniciativa privada são o melhor mecanismo para complementarmos as necessidades de investimento do Rio Grande do Sul, algo essencial à recuperação da nossa competitividade. Nós chegamos ao modelo de concessão por blocos, com o apoio técnico do BNDES, que estruturou as operações a partir da densidade das populações e de tráfego em três regiões do Estado. Os três blocos receberão investimentos de R$ 12 bilhões em 30 anos, o que irá mudar consideravelmente a realidade dos deslocamentos, com ampliação no número de faixas e na oferta de serviços de apoio. Assim, temos convicção em relação ao mérito do nosso programa, que foi intensamente discutido com as comunidades. Estamos abertos ao diálogo, como sempre. Entendemos que os usuários acabam aceitando melhor a ideia dos pedágios quando enxergam o benefício na prática, quando sentem o valor do que estão pagando na forma de manutenção, melhorias, redução de custos e vidas salvas. No caso do bloco 3, houve um leilão, com critérios que definiram os valores e há um contrato que consolida o equilíbrio econômico-financeiro da operação."
Turismo na Serra Gaúcha
"Não temos nenhuma dúvida de que conseguimos iniciar um processo de retomada do protagonismo do turismo no Rio Grande do Sul na nossa primeira gestão. Do ponto de vista dos investimentos, algo que não conseguíamos fazer antes por conta de outras prioridades e pela carência de recursos, R$ 198,6 milhões foram previstos para qualificar a infraestrutura turística, sendo R$ 65,9 milhões para promoção do turismo com a instalação de parques, revitalização, proteção ambiental, recuperação de espaços esportivos e culturais, melhoria na estrutura e qualificação da informação nos espaços públicos. Diversas regiões foram beneficiadas, e não foi diferente com a Serra gaúcha. Temos um plano ousado para ampliar os avanços em um segundo mandato. O ponto de partida será valorizar o modelo turístico consagrado nas cidades que compõem os atuais roteiros das Hortênsias e da Serra gaúcha, fortalecendo-os e usando-os como referência para desenvolver novos destinos no Estado. Algo que também terá impacto: queremos promover a integração turística entre os municípios, com foco na regionalização e unificando as plataformas de promoção do turismo, auxiliando as regiões na formatação de agendas unificadas de eventos, potencializando destinos. A estratégia será complementada com um plano de investimento na promoção do turismo interno, com a estruturação da sinalização e a promoção turística de forma integrada, conectando, informando e promovendo as 27 regiões turísticas do nosso Estado."