A abordagem da fiscalização da prefeitura de Caxias do Sul que culminou na morte de Mateus da Silva dos Santos, 21 anos, no domingo (6), será a pauta da reunião pública promovida pela Câmara de Vereadores na tarde desta quarta-feira (9). O debate sobre o papel da Guarda Municipal começa às 14h.
Estão convidados para participar do encontro o secretário municipal de Segurança Pública e Proteção Social, Paulo Roberto Rosa da Silva, o secretário municipal do Urbanismo, João Uez, o secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Alfonso Willenbring Júnior e o diretor da Guarda, Alex Kulman.
Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania do Legislativo, vereadora Estela Balardin (PT) disse, em entrevista ao Gaúcha Hoje da Gaúcha Serra desta quarta, que o objetivo é pensar em alternativas para que episódios como esse não se repitam.
— Para que não ocorra nenhum julgamento equivocado, acreditamos que o diálogo e a transparência vão se fazer muito necessários. A gente acha importante debater qual a função da Guarda e pensar coletivamente o que queremos para os rumos da segurança, principalmente para que a morte do Matheus e a morte do servidor Clóvis não sejam em vão — disse, acrescentando a preocupação com o assassinato do agente da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) Clóvis Antonio Roman, 54 anos, dentro da UPA Zona Norte na madrugada da segunda-feira (7).
Conforme a vereadora, a maioria dos colegas acredita que houve excesso da Guarda no caso do jovem Mateus, mas também acredita que não é o momento de apontar culpados, já que existe uma investigação policial em andamento. Ela destacou a atuação de 23 anos da Guarda.
— Toda a corporação está abalada. Não se compara à dor da família, mas os profissionais estão abalados. Precisamos de uma ação de não criminalização da Guarda Municipal. Em 23 anos, é o primeiro caso de fatalidade que temos como essa. Não podemos deixar que se perca toda a história, toda a essência da Guarda — completou.
A vereadora também destacou a necessidade de trabalhar com a população como se comportar ao ser abordado em uma blitz. Sobre a morte do agente da Susepe, disse ainda que a Câmara precisa cobrar o funcionamento pleno da unidade de saúde da penitenciária do Apanhador para evitar deslocamentos dos presos.
A reunião pública desta quarta-feira é organizada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, Comissão de Legislação Participativa e Comunitária, presidida pelo vereador Gilfredo De Camillis (PSB), e Comissão de Segurança Pública e Proteção Social (CSPPS), que tem o vereador Alexandre Bortoluz (PP) como presidente.
O encontro será transmitido ao vivo pelo Facebook e YouTube da Câmara.