Mais um suspeito pelo assalto ao carro-forte no aeroporto de Caxias do Sul foi identificado nesta terça-feira (6). O homem já está preso na Penitenciária de Charqueadas pela participação em outros crimes, segundo a Polícia Federal (PF). Com mais esta etapa da Operação Elísios, são 15 suspeitos identificados que podem ter ligação com o caso.
Ainda de acordo com a PF, a investigação nesta etapa conta com o auxílio da Polícia Civil. O compartilhamento de informações entre as forças de segurança levou à identificação do suspeito. Brigada Militar e Polícia Rodoviária Federal (PRF) integram a força-tarefa que busca elucidar o crime cometido no Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, em Caxias.
Mesmo preso na Penitenciária de Charqueadas, agentes da Polícia Federal cumpriram o mandado de prisão preventiva contra o suspeito. O ato é feito para que o homem passe a também responder pelo crime cometido em Caxias, e para que siga detido para a investigação — em caso de existir a possibilidade de ser liberado no andamento de outros processos.
Com esta nova etapa, a operação tem como resultado 11 prisões preventivas, uma temporária, três medidas cautelares e 10 ações de busca e apreensão. Dois dos suspeitos ao assalto em Caxias foram mortos. Um na noite do crime e o outro ao resistir à prisão em São Paulo (SP), em ação da Polícia Civil. Além disso, há um suspeito que está sendo monitorado com tornozeleira eletrônica.
A suspeita é de que entre oito e 10 homens tentaram assaltar um carro-forte que transportaria R$ 30 milhões na noite de 19 de junho. O dinheiro chegava por avião ao Aeroporto Hugo Cantergiani. Os criminosos conseguiram levar R$ 15 milhões. A investigação aponta a existência de mais pessoas envolvidas, que participaram do crime de outras formas — como, por exemplo, transporte para fuga.
Todas as ordens judiciais foram expedidas pela 5ª Vara Federal de Caxias do Sul, além do sequestro de bens e do cumprimento de duas medidas cautelares.
Relembre o caso
O ataque no aeroporto de Caxias aconteceu por volta das 19h30min do dia 19 de junho. O assalto pretendia roubar cerca de R$ 30 milhões de um banco privado. O carro-forte era abastecido por malotes de dinheiro trazidos de Curitiba em uma aeronave de pequeno porte. Um grupo, de oito a 10 pessoas, atacou funcionários da empresa de transporte de valores, em uma ação que surpreendeu pela audácia dos criminosos.
Com armamento de guerra, incluindo um fuzil Barrett M82 calibre .50, e fardamento falso, os assaltantes usaram veículos com adesivos da Polícia Federal (PF) para acessar o hangar do aeroporto. O portão 2 foi aberto por funcionários que atuam no aeroporto justamente por acharem que se tratava da PF.
O primeiro confronto se deu entre os seguranças do carro-forte e a quadrilha. Na sequência, guarnições da BM se deslocaram ao local. Na primeira a chegar no Hugo Cantergiani estava o 2º sargento Fabiano Oliveira, 47 anos. Os policiais foram recebidos com disparos de arma de fogo. Um dos tiros de fuzil atingiu o 2º sargento no tórax e atravessou o colete de proteção balística. Mesmo socorrido e levado ao hospital, o brigadiano não resistiu.
No confronto, após a chegada da Brigada Militar, o assaltante Sílvio Wilton da Costa foi morto. Ele fugia em uma camionete Frontier, falsamente identificada como sendo da PF. Com ele foram recuperados cerca de R$ 15 milhões, metade do total que estava sendo transportado.