A Polícia Civil concluiu que o motorista João Carlos da Rosa, 72 anos, que arrastou o corpo de Angélica Schena, 28 anos, por mais de um quilômetro em Caxias do Sul, teve a intenção de matá-la. A investigação foi concluída nesta terça-feira (7), quando o idoso foi indiciado por homicídio doloso qualificado por meio cruel. O delegado Caio Márcio Fernandes, no entanto, preferiu não divulgar detalhes da investigação e das provas colhidas em razão de um pedido da defesa que o processo tramite em segredo de Justiça. A decisão é uma precaução, afinal, o pedido de sigilo ainda está em análise pelo Poder Judiciário.
A conclusão policial é diferente da versão inicialmente relatada pelo advogado de defesa, Lucas Mohr, que argumentou que o Rosa apenas se assustou com a abordagem de Angélica, pois acreditou se tratar de um assalto, e não percebeu que ela ficou presa ao veículo. No entendimento da defesa, o crime seria homicídio culposo, pois o motorista não teria a intenção de matar a mulher, e não doloso. Sobre a conclusão do inquérito policial, Mohr disse respeitar o trabalho de investigação da polícia.
Angélica Schena foi morta na noite de 27 de novembro, quando seu pé ficou preso em um Gol, conduzido por Rosa, na Rua Bento Gonçalves. A mulher foi arrastada em alta velocidade por mais de um quilômetro, até que o Gol colidiu contra outro veículo que estava estacionado em frente a um posto de combustíveis. No trajeto por mais de três quarteirões, diversas testemunhas tentaram alertar o motorista sobre a vítima presa ao veículo, mas Rosa prosseguiu em fuga arrastando a mulher.
Com a conclusão policial, o inquérito foi remetido ao Ministério Público, que irá analisar as provas. Segundo a promotora Graziela Vieira Lorenzoni, o prazo para oferecimento da denúncia é de 15 dias, uma vez que o indiciado responde em liberdade.
Na semana passada, a promotora já havia representado pela prisão preventiva do suspeito. Rosa chegou a ser preso em flagrante no dia do crime, mas teve liberdade provisória concedida três dias depois.