Os principais distritos de Caxias do Sul contarão com a atenção redobrada da Guarda Municipal neste mês. Os agentes de segurança farão um trabalho de prevenção à violência a partir de rondas diárias e contato direto com moradores. Conforme a Guarda Municipal, relatos de lideranças comunitárias apontam, principalmente, badernas e algazarra feitas por grupos de pessoas que vão até as localidades especialmente nos finais de semana para consumir bebida alcóolica. O projeto foi apresentado pelo Poder Executivo aos subprefeitos na última sexta-feira (6).
— Essas primeiras semanas estão servindo para constatarmos quais são as reais necessidades. O principal objetivo é estarmos presentes e realizarmos o patrulhamento preventivo após escutar as demandas da comunidade — afirma o diretor da Guarda Municipal, Alex Oliveira Kulman.
Para viabilizar a ação, a Guarda ampliou a atuação do grupo de servidores que já realizam patrulha ambiental em áreas do Samae nos distritos. Agora, as equipes reforçam o contato com a comunidade. Além disso, um drone vem sendo utilizado para captar imagens em um raio de até sete quilômetros.
O secretário de Segurança Pública e Proteção Social, Paulo Roberto Rosa, afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha Serra na manhã desta segunda-feira (9) que estão previstas ações com motocicletas e o canil da Guarda.
— Queremos interagir com escolas, centros comunitários e unidades de saúde porque a comunidade do interior fica mais distante da sede. Precisamos fazer esse atendimento em conjunto com os moradores — disse.
Câmeras de monitoramento deverão ser instaladas em 2022, de acordo com o secretário. Conforme o diretor Kulman, cerca de 15 ações foram realizadas neste ano pela Guarda Municipal, mas de forma esporádica. Os trabalhos do órgão são divididos entre 157 servidores que atuam em regime de plantões. Destes, 140 são armados com pistolas. Para isso, o efetivo passa por capacitações anuais de porte de arma e testes a cada dois anos.
As comunidades em zonas rurais de Caxias são Ana Rech, Criúva, Desvio Rizzo, Fazenda Souza, Forqueta, Galópolis, Santa Lúcia do Piaí, Vila Cristina, Vila Oliva, Vila Seca e 1º Distrito.
Em Santa Lúcia do Piaí, o subprefeito Nilo Galgaro, conta que a localidade já sofreu muito com barulhos promovidos por pessoas que vão até a comunidade para se reunir em turmas, mas segundo ele os registros diminuíram com a intensificação da pandemia.
— O barulho era alto na praça. Acredito que com esta nova ação, irá melhorar ainda mais. Eles (os guardas municipais) foram muito acessíveis, já se colocaram à disposição, inclusive por WhatsApp — cita.
Comunidade apreensiva para manter câmeras em Galópolis
Se os distritos aguardam que a prefeitura instale equipamentos para registro de imagens, Galópolis teme pelo futuro do projeto que viabilizou 21 câmeras pelas ruas. A iniciativa Galópolis Seguro está em vigor há cerca de três anos, totalmente mantida por moradores. O grupo investiu na aquisição dos aparelhos e contratação de uma empresa que realiza a manutenção. O problema é que, com a contaminação por coronavírus, os eventos que eram promovidos para manter o projeto deixaram de existir, segundo explica o integrante da comissão responsável pela implantação da proposta, Jair Strapasson:
— Fazíamos jantares e almoços para arrecadar verba, mas ficamos impedidos por conta da pandemia. Agora, o projeto pode estar comprometido. Até temos uma ideia de promover uma campanha ao estilo adote uma câmera, mas ainda está em fase inicial — adianta.
A ideia citada por Strapasson é que cada família invista R$ 70 por ano. Desde a implantação iniciada pela localidade da Quarta Légua e atualmente presente também na área central do distrito, diversas imagens captadas foram compartilhadas com a Polícia Civil e a Brigada Militar para auxílio nas investigação de crimes ocorridos na região.
— Ainda não sabemos exatamente como irá funcionar (o patrulhamento da Guarda) mas creio que seria mais um motivo para que as câmeras estivessem em dia, para ajudar no trabalho de todos — diz.