A formação de 28 policiais militares (PMs) no Curso de Capacitação da Patrulha Maria da Penha deve ser um reforço no atendimento às vítimas de violência doméstica e familiar na região. Embora, por si só, o curso não garanta a criação de novas Patrulhas Maria da Penha, os policiais formados terão um olhar mais sensível e preparado para atender esse tipo de ocorrência nas cidades onde atuam. Promovida pelo Comando Regional de Polícia Ostensiva da Serra (CRPO/Serra), a atividade começou na terça-feira e se encerra sexta, em Caxias.
Os policias em formação atuam em 14 cidades: Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Vacaria, Lagoa Vermelha, Bom Jesus, Sananduva, São Marcos, Nova Roma do Sul, Vista Alegre do Prata, Santa Tereza, Pinto Bandeira, Três Coroas, Gramado e Igrejinha, pertencentes a cinco batalhões. No entanto, a minoria dos municípios presentes conta com um núcleo especializado na Patrulha Maria da Penha, como explica o major Juliano Amaral, coordenador da formação. Segundo o oficial, a instalação de uma patrulha depende não só da Brigada Militar, como também do Poder Judiciário e outros eixos da sociedade.
— Mas a ocorrência de violência contra a mulher ocorre em todos os lugares, em todas as cidades. Então, a ideia da Brigada Militar é proporcionar que pelo menos um policial tenha essa capacitação para atender essas ocorrências em municípios menores. Para, daqui a pouco, além do primeiro atendimento, fazer um acompanhamento da situação, ter um pouco mais de atenção para essa vítima. E desejamos que essa iniciativa seja um embrião para que mais municípios tenham a Patrulha Maria da Penha no futuro — explica o major.
Mais proximidade com quem sofre
Além do major Juliano Amaral, a formação é conduzida pela soldado Catiele de Carvalho, que atua como patrulheira em Caxias do Sul. Até amanhã, os 28 policiais terão conteúdos voltados aos eixos ético, legal e técnico, a partir da troca de experiências e análise de casos reais de violência doméstica. A ideia também é reforçar que os PMs tenham um olhar mais sensível no atendimento a essas vítimas que, por vezes, deixam de prestar queixa por vergonha:
— A mulher já sofre o constrangimento por ser vítima da violência. Imagina, então, ela ter a figura do policial e ter que relatar que apanhou ou foi violentada. Então, tempos atrás se verificou a necessidade de ter um perfil de policial treinado para conduzir esse tipo de situação, para que tivesse mais proximidade com a vítima e conseguisse deixá-la numa postura mais confortável e a vontade. Dessa forma, o curso trata, entrou outras questões mais técnicas de policiamento, como saber se portar diante de uma mulher vítima de violência — comenta Amaral.
A Patrulha Maria da Penha está presente em 114 municípios gaúchos. A criação do projeto ocorreu em 2012, no batalhão de Porto Alegre.
ONDE BUSCAR AJUDA EM CAXIAS
:: Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam): (54) 3220-9280
:: Patrulha Maria da Penha: (54) 98423-2154 (o número está disponível para ligações e mensagens de WhatsApp)
:: Central de Atendimento à Mulher: telefone 180
:: Coordenadoria da Mulher: (54) 3218-6026
:: Centro de Referência da Mulher: (54) 3218-6112
:: Sala das Margaridas: atende na Central de Polícia, onde funciona a Delegacia de Pronto-Atendimento, na Rua Irmão Miguel Dario, 1.061, bairro Jardim América. O atendimento especializado funciona 24 horas.