A campanha nacional para coleta de DNA de pessoas desaparecidas inicia na quarta-feira (16) em Caxias do Sul. Os familiares devem procurar os servidores do Instituto Geral de Perícias (IGP) e da Polícia Civil no térreo do Palácio da Polícia, ao lado da Praça Dante Alighieri, das 9h às 12h e das 13h30min às 17h.
O principal objetivo é coletar o material genético de familiares de desaparecidos e qualificar ainda mais o Banco de Perfis Genéticos em todo o país. Até o final de maio, a Delegacia de Homicídios investigava o desaparecimento de 48 pessoas em Caxias do Sul.
A coleta acontece até 18 de junho em todos os Estados e Distrito Federal. No Rio Grande do Sul, haverá pontos em dias e horários específicos em 11 municípios. De forma totalmente voluntária, a coleta deve ser feita, preferencialmente, por familiares de 1° grau da pessoa desaparecida, seguindo a ordem de preferência: pai e mãe, filhos ou irmãos.
O DNA do próprio desaparecido também poderá ser extraído de itens de uso pessoal, tais como: escova de dentes, escova de cabelo, aparelho de barbear, aliança, óculos, aparelho ortodôntico, dente de leite, amostra de cordão umbilical. Esses materiais também poderão ser entregues nos pontos de coleta.
Os perfis genéticos serão reunidos no Banco de Perfis Genéticos (BPG/RS) do IGP. Antes do mutirão, o Banco armazenava o material genético de 501 corpos e de 312 famílias. Segundo a delegada Roberta Bertoldo, do Departamento de Homicídios de Porto Alegre, muitas pessoas temem que o DNA possa ser usado para solucionar outros crimes, mas ela garante que é exclusivo para a localização de desaparecidos.
— Para ter mais precisão nas identificações, destaco que a mãe, irmãos e até mesmo filhos de desaparecidos têm preferência para garantir uma coleta mais garantida. Basta levar os documentos básicos de identificação. Na falta de um familiar disponível, pertences como escova de dentes, óculos e veste íntima de desaparecidos podem ser entregues também — explica Roberta.
A delegada da Região Metropolitana aponta que a campanha nacional também servirá para explicar a importância do registro de localização, já que muitas pessoas esquecem de fazer isso após encontrar um familiar.
A campanha de coleta de material genético ocorrerá também em Alvorada, Canoas, Gravataí, São Leopoldo e Viamão até a próxima sexta (18). No Interior, a partir desta quarta, há coleta em Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria. A coordenação da ação, em todo o Brasil, é do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).