O secretário da Administração Penitenciária (Seapen), Mauro Hauschild, e o superintendente dos Serviços Penitenciários (Susepe), José Giovani Rodrigues, vieram à Serra na tarde desta segunda-feira (7) para dar mais detalhes sobre a ação criminosa que vitimou o agente da Susepe Clóvis Antônio Roman, 54 anos, durante a madrugada. A ação, ocorrida na UPA Zona Norte de Caxias do Sul, também terminou com a fuga do apenado Guilherme Fernando Mendonça Huff, 29 anos.
Na coletiva de imprensa, Rodrigues analisou como correta a decisão de atendimento de Huff fora do presídio por não haver equipe médica noturna dentro da unidade básica de saúde (UBS) prisional. O atendimento é de segunda a sexta-feira, segundo o superintendente, que reforça que há casos em que o médico pode, mesmo assim, solicitar o atendimento externo.
— A gente não tem informação de perfil do apenado, que ele oferecesse uma periculosidade maior do que foi observada no momento da saída. Entende-se, por questões da gestão da casa prisional e das questões do contexto do dia, que a escolta saiu da forma que podia naquele momento. Essa foi a providência adotada pela direção da casa e que a gente entende que foi a mais correta. Tão logo o apenado demonstre a necessidade de atendimento médico, e como nem sempre, como é o caso da Penitenciária do Apanhador, tem uma equipe médica noturna, há o deslocamento, com todas as medidas de praxe, para a unidade de saúde mais próxima — diz o superintendente dos Serviços Penitenciários (Susepe), José Giovani Rodrigues.
— Nós temos que prestar o atendimento à saúde dos nossos presos. Ele apresentava sinais de que exigiam a presença dele em uma unidade de saúde, presença de um médico e aí se adotou as providências — completa o secretário da Administração Penitenciária (Seapen), Mauro Hauschild.
Segundo Rodrigues, Huff chegou à UPA Zona Norte por volta de 3h15min e a ação criminosa ocorreu dez minutos mais tarde. Ele diz ainda, com base nas imagens das câmeras internas da UPA, que o preso estava algemado quando pegou a arma de um agente e atirou contra Roman.
— Certamente que o trajeto que ele fez estava sendo monitorado por homens que agiram na ação inescrupulosa. As imagens confirmam que o apenado estava algemado, como é o procedimento para atendimento em saúde, tanto que a algema foi já foi encontrada — detalha.
Rodrigues e Hauschild dizem que é preciso investigar a premeditação do crime a partir da suposta cólica renal reclamada por Huff:
— Se pensarmos que foi premeditado, foi uma forma que eles podem ter planejado (para fuga). Não dá para afirmar, é uma questão que a gente pode tentar averiguar no processo administrativo que está em curso — avalia o superintendente da Susepe, informando que havia, inclusive, o planejamento de transferência de Huff para o sistema prisional de Santa Catarina.
Durante a tarde, o 4º Batalhão de Choque da Brigada Militar prestou apoio à revista nas celas das três galerias da Penitenciária Estadual de Caxias do Sul, localizada no distrito do Apanhador. O resultado da operação ainda não foi divulgado oficialmente pela Susepe.
— Uma série de objetos foi retirada das celas, em uma demonstração que estamos trabalhando forte na busca de informações e objetos ilícitos — resume Hauschild.
O corpo do agente Clóvis Antônio Roman será sepultado em Santa Catarina, no município de Descanso. Ele era formado em Direito e atuava há três anos no Rio Grande do Sul.