Quatro das 41 viaturas semiblindadas entregues à Polícia Civil nesta terça-feira (5) subiram a Serra. Os veículos que oferecem mais proteção aos policiais foram disponibilizados para a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Caxias do Sul e para as delegacias de Garibaldi, São Francisco de Paula e Cotiporã, município de 3,8 mil habitantes que tem limite com Bento Gonçalves e Veranópolis.
A distribuição das caminhonetes Duster semiblindadas chama atenção por não contemplar algumas cidades populosas que têm problemas com facções e tráfico de drogas, como Porto Alegre e Bento Gonçalves. A explicação é que a aquisição foi possível graças a emendas parlamentares, por isso a destinação foi definida conforme indicação dos deputados e senadores na proposição da emenda parlamentar da bancada federal.
— A escolha aconteceu por estas situações políticas. É a mobilização da comunidade, o pleito que foi feito — aponta o delegado regional Paulo Roberto Rosa da Silva.
Outras duas viaturas semiblindadas estão prometidas para a região com chegada prevista para o final deste primeiro semestre. Esses veículos, que estão em fase de produção, serão entregue aos policiais de Farroupilha e São Sebastião do Caí. A diferença no prazo de entrega acontece porque a aquisição destas viaturas foi possível graças ao saldo de economia na licitação. Neste caso, a destinação foi definida pela chefia da Polícia Civil.
Primeiras viaturas semiblindadas na história da Polícia Civil
A instituição gaúcha é a primeira Polícia Civil do país a receber viaturas com escudo balístico. O investimento total para a aquisição dos 45 veículos do modelo Duster, da Renault, foi de R$ 6.190.614,45. A verba tem origem em emenda da bancada federal gaúcha no Congresso, proposta em 2019 no total de R$ 6.194.813 (R$ 5.473.314 do repasse da União e R$ 721.499 de contrapartida financeira do RS) — a diferença, resultado do processo final de licitação, retorna para o governo federal.
Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), a tecnologia de blindagem utiliza na carroceria dos carros mantas com nove camadas do tecido de fibra de aramida, mais leve que o aço e com capacidade de resistência quatro vezes maior. A proteção instalada é do nível III-A, que suporta disparos de todos os tipos de arma de mão, como pistola .40 e 9mm.
Nos vidros, a blindagem é composta pela sobreposição de materiais para assegurar a resistência balística padrão: são três camadas de vidro, intercaladas com uma de aço, duas de película plástica PVB (polivinil butiral), além de selante de poliuretano (PU) e uma última de plástico policarbonato. Para cada uma das unidades adaptadas, é emitido um certificado de blindagem junto ao Exército, vinculado ao chassi do carro, garantindo a rastreabilidade do material de uso restrito.
O governador Eduardo Leite (PSDB) exaltou a aquisição e, durante a cerimônia em Porto Alegre, afirmou que, a partir de agora, a aquisição de veículos semiblindados será a política de compra de viaturas no Estado.
— É tarefa de quem governa evitar ao máximo a perda dessas vidas. É uma forma de darmos a resposta a esses agentes de segurança para que estejam mais seguros no exercício das atividades. Com a polícia segura, a sociedade estará mais segura.