A tranquilidade dos quase 8 mil moradores de Paraí, na Serra, foi abalada por um ataque a duas agências bancárias que terminou com sete criminosos mortos na madrugada desta sexta-feira (6). O confronto ocorreu por volta das 2h. Segundo a Polícia Civil, nenhum policial ficou ferido. Os alvos dos criminosos foram os bancos Sicredi e Banco do Brasil.
Um morador conta que foi acordado com o barulho dos tiros, no entanto, demorou para entender do que se tratava:
— Ficamos de 15 a 20 minutos ouvindo tiros. No início, não achávamos que fossem disparos, pensávamos que eram foguetes. Nunca pensei que em uma cidade com tão poucos habitantes isso pudesse acontecer. Foi aterrorizante ouvir o que ouvimos essa madrugada — relata o morador que havia recém chegado de viagem.
Ele conta que depois que passou o susto inicial e a ação policial encerrou, alguns os moradores saíram das casas em direção à rua:
— Uma coisa que chamou a atenção foi que houve aplausos depois que o pessoal foi liberado para ver a situação. Muita gente se solidarizou com os policiais e, inclusive, fizeram café e ofereceram alimentação e água. Foi uma coisa espontânea da comunidade — detalha.
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Uma moradora do Centro, de 65 anos, se levantou da cama às 2h para tomar um xarope e se assustou com o barulho. Ela diz que parecia uma explosão.
— Sentei na cama apavorada. Meu marido abriu a janela e percebemos que era nos bancos. Foi um filme de terror — diz a mulher.
Aos poucos, durante o amanhecer desta sexta, o clima de tensão foi se dissipando na cidade. No entanto, durante a madrugada, o que predominou foi o medo e a incerteza sobre o que estava acontecendo.
O primeiro ataque foi na Rua Castelo Branco, onde está localizado o Banco do Brasil. Uma moradora da Rua Padre Félix Busato, via próxima e que está isolada para o trabalho da perícia, falou sobre o momento de terror:
— Meu esposo achou que minha sobrinha, que está gravida, estivesse batendo na porta. Aí meu filho disse "não, pai, é tiro". Voltamos a deitar. Não vimos nenhum movimento de carro.
O prefeito de Paraí, Gilberto Zanotto (PDT), lembra que o último ataque a agências bancárias da cidade ocorreu em 2013. Na ocasião, não foram utilizados explosivos e não houve vítimas.
— Moro no interior e ouvi os tiros. Liguei para o sargento da BM (Brigada Militar) para entender o que o estava acontecendo. Aí, mais tarde, ele me atualizou sobre a situação. O clima da cidade agora é um pouco apreensivo porque não estamos acostumados com esse tipo de situação. Os moradores vão ficar mais atentos com pessoas e carros desconhecido. O trabalho de monitoramento foi sigiloso e deu retorno positivo já que não há moradores e policiais feridos — diz o prefeito.
Vitrines estilhaçadas e sangue nas calçadas
O tiroteio da madrugada afetou também o comércio de Paraí. O cenário na manhã desta sexta-feira eram de vitrines estilhaçadas e muito sangue nas calçadas no Centro da cidade.
— Não acredito ainda que isso aconteceu em Paraí. Às vezes, nem fecho a porta de casa — disse a dona de uma loja.
Os criminosos que entraram na agência do Sicredi tentaram fugir, mas foram cercados. Eles partiram pelo Rua Sete de Setembro em direção à Rua Padre Félix Bussata. Poucos metros depois, dois deles caíram perto de um consultório de dentista, embaixo de um prédio. Outros dois tentaram pular a cerca de uma oficina, mas tinha cachorro no pátio e não conseguiram escapar. Morreram no local.
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