Tema de destaque na campanha eleitoral deste ano, a construção de viadutos é uma demanda da população de Caxias para acabar com congestionamentos em pontos de gargalo no trânsito. A cobrança costuma vir acompanhada da lembrança da falta de projetos do tipo desde 2009, quando foi inaugurado a última elevada construída na cidade: o viaduto Campo dos Brugres, ao lado da atual EPI Floresta.
O Plano de Mobilidade de Caxias (Planmob) recomenda a construção de ao menos sete estruturas na área urbana nos próximos 10 anos, com custo total estimado em R$ 350 milhões. A recomendação do estudo é de que seis deles sejam encaminhados entre três e cinco anos, o que é considerado médio prazo. O município não tem obrigação de seguir as recomendações e os prazos, mas por ser um estudo técnico, o Planmob tende a ser o guia das ações em mobilidade, assim como o Plano Diretor serve de diretriz para decisões em outras áreas.
Um dos viadutos apontados como necessários fica no entroncamento da BR-116 com a Perimetral Norte, no bairro De Lazzer. A estrutura já é considerada prioritária no planejamento do município, inclusive com projetos finalizados e revisados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Por ser uma rodovia federal, é o órgão rodoviário o responsável pela obra.
De acordo com a secretária de Planejamento de Caxias, Margarete Bender, a obra tem custo estimado de R$ 50 milhões e faz parte do que tem sido chamado de projetos estruturantes, que beneficiam o município de forma mais ampla e não exclusivamente o ponto onde estão inseridos. Os trâmites ao alcance do município no momento já foram realizados, e agora a administração aguarda um retorno do governo federal.
— É uma questão de conseguir enquadrar como prioridade dentro do Dnit. Pedimos que o conjunto de obras viárias estruturantes integrasse o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas na questão de infraestrutura ainda há estudos sobre prioridades (por parte deles) — explica.
Já o viaduto de acesso a Ana Rech tem mais etapas a cumprir, mas conta com um projeto básico já encaminhado ao governo federal. Diante da importância do cruzamento para a região nordeste da cidade, o município não descarta buscar outras fontes de financiamento e até mesmo parcerias com a iniciativa privada.
— Existe todo um complexo do sistema viário que depende daquele cruzamento onde há um nó — destaca a secretária.
Outra elevada que o município pretende encaminhar nos próximos anos fica no entroncamento das avenidas Bom Pastor e Dr. Assis Antônio Mariani com a Rua Júlio Calegari, na zona sul. É um ponto que concentra grande fluxo de veículos que se deslocam entre a região e o centro da cidade, inclusive com a ampliação do binário nos últimos anos. Estudos preliminares já foram encaminhados, mas ainda não projetos ou previsão de recursos.
No horizonte, mas não na prancheta
Outros três viadutos previstos no Planmob não estão nas projeções do município a médio prazo (embora essa seja a recomendação ideal do estudo). São elevadas na Rua Moreira César junto a uma rotatória na saída para Flores da Cunha, próximo ao atual viaduto; na BR-116 com a Rua Sinimbu, ao lado da EPI Imigrante; e no trevo de acesso a Monte Bérico, no entroncamento da RS-122 com a Rua Jacob Luchesi.
Esta última, inclusive, diverge dos planos da concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), que administra a rodovia estadual. A empresa planeja a implantação de uma rótula alongada capaz de dar mais segurança. Por conta disso, o município não pretende interferir.
— O viaduto está no plano como algo ideal, mas por enquanto a prerrogativa é da concessionária — afirma Margarete.
Outra estrutura apontada no plano, um viaduto junto a rótula da Casa de Pedra, no bairro Santa Catarina, é o único recomendado para ser implantado no longo prazo, entre cinco e 10 anos. Antes, o Planmob recomenda ampliação no número de faixas da Perimetral Oeste e modificações no entroncamento. A administração também não tem previsão de curto ou médio prazo para a obra.
— Isso não quer dizer que o município tira os olhos disso — afirma a secretária.
Prometidos, mas não previstos
Ao longo da campanha eleitoral pelo menos outros dois viadutos chegaram a ser mencionados. O então canditado Maurício Scalco (PL) defendeu a construção de uma estrutura no acesso ao bairro Cruzeiro pela BR-116, na região das ruas Luiz Michelon e Rodrigues Alves.
Já o candidato reeleito, Adiló Didomenico (PSDB), disse que irá encaminhar uma elevada no entroncamento de acesso ao Hospital Geral (HG), também na BR-116. Nenhuma das estruturas, contudo, está contemplada no Planmob.
De acordo com a secretária Margarete Bender, no caso do entroncamento do HG, o estudo aponta que é preciso realizar melhorias, mas não especifica qual.
— A engenharia é que vai definir qual será essa solução — observa.
Viadutos recomendados
- Perimetral Norte x BR-116: com projetos prontos, aguarda resposta do Dnit; médio prazo - R$ 50 milhões
- Av. Assis Antônio Mariani x Rua João Zambon: passou por estudos preliminares, mas não tem projetos nem recursos; médio prazo - R$ 59,8 milhões
- Acesso Ana Rech: conta com projetos básicos, já encaminhados ao governo federal, e município aguarda retorno; médio prazo - R$ 44,85 milhões
- Rua Moreira César, na saída para Flores da Cunha: não há previsão; médio prazo - R$ 44,85 milhões
- Viaduto Jacob Luchesi x RS-122 (acesso a Monte Bérico): não há previsão, já que a concessionária CSG vai implantar rótula alongada no ponto; médio prazo - R$ 44,85 milhões
- Viaduto BR x Sinimbu: não há previsão; médio prazo - R$ 44,85 milhões
- Viaduto Perimetral Oeste, junto à Casa de Pedra: não há previsão; longo prazo - R$ 59,8 milhões