A concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), responsável pela gestão de rodovias estaduais da Serra e do Vale do Caí, solicitou licenciamento ambiental para a duplicação da ponte sobre o Arroio Tega, na RS-122. A travessia fica no contorno norte de Caxias do Sul, entre o viaduto torto e a saída para Flores da Cunha, e é popularmente conhecida como "ponte seca".
A ampliação da estrutura integra o projeto de duplicação do trecho de 10 quilômetros, que está previsto no contrato de concessão iniciado em fevereiro de 2023. Pelo cronograma, a entrega do trecho precisa ocorrer até o fim do terceiro ano de concessão, ou seja, em 1º de fevereiro de 2026. Por conta da catástrofe climática de maio, contudo, os prazos poderão sofrer alterações a partir de conversas com o governo do Estado (veja abaixo).
O projeto prevê uma ponte de 268 metros de extensão e cerca de 37 metros de altura em relação ao nível do rio. Ela será construída junto à estrutura atual, no lado mais próximo à Estação de Tratamento de Efluentes Tega (ETE Tega).
Serão 12 metros de largura, com duas faixas de circulação e acostamento interno de 2,5 metros. No lado próximo à mureta externa está prevista uma área de segurança de 1,5 metro. Ao todo, a estrutura deve contar com seis pilares e sete vãos, que variam de 28,99 metros a 40 metros de extensão. Quando estiver finalizada, a nova travessia vai comportar o tráfego no sentido Farroupilha-Litoral. A circulação no sentido contrário vai ocorrer pelas duas faixas da ponte atual.
Para a construção da estrutura, a CSG terá que implantar acessos na base da ponte e uma travessia provisória sobre o rio, construída com peças pré-moldadas. Além disso, o pedido de licenciamento inclui a criação de um pátio de construção e armazenamento de vigas, que ficará junto à rodovia no bairro Industrial. O cronograma apresentado na solicitação prevê que a construção leve um ano e meio.
Ainda não há pedido de licenciamento para a duplicação da rodovia em si e o plano da CSG é iniciar as duplicações pelas chamadas obras de arte. Contudo, tanto a ponte, quanto a duplicação do restante da rodovia seguirão um processo simplificado de licenciamento, chamado Licença para Instalação e Alteração (Lpia). O modelo pode ser adotado porque a área já é bastante urbanizada e dispensa estudos ambientais. A duplicação da RS-453, entre Farroupilha e Garibaldi, também será licenciada dessa forma.
Veja como ficará a RS-122 e a RS-453 após a duplicação
Prazos ainda não estão definidos
Embora o contrato de concessão determine que a duplicação seja concluída até o início de 2026, os prazos poderão ser revistos por conta da catástrofe climática de maio deste ano. A necessidade de realização de obras não previstas fez a CSG solicitar o reequilíbrio de contrato junto ao governo do Estado. Como algumas ações ainda estão em andamento, assim como as conversas, não há definição se haverá alteração no cronograma.
O contrato não exige prazo para início das obras, apenas para término. Antes da enchente, porém, a expectativa da CSG era começar o trabalho até o fim deste ano para concluir dentro do cronograma previsto.
Questionada pela reportagem, a CSG disse em nota que "independentemente do reequilíbrio do contrato, a CSG permanece cumprindo e avançando com as obrigações de solicitação de licenciamento ambiental e demais procedimentos para os projetos executivos das obras que constam no contrato de concessão. Quando houver definição de cronograma executivo, a concessionária comunicará à sociedade".