Um dos principais projetos de infraestrutura de Caxias do Sul nos últimos anos, o viaduto da BR-116 com a Perimetral Norte depende de recursos federais para virar realidade. Parte de um pacote de propostas consideradas estruturantes para cidade, a obra foi cadastrada duas vezes no Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) e uma no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na esperança de ser contemplada. Somente no PAC, o valor pleiteado é de R$ 70 milhões.
A necessidade de recursos da União ocorre pelo fato da estrutura ficar em uma rodovia federal. Um convênio poderia permitir que o município tocasse a obra com recursos próprios. No entanto, não há disponibilidade orçamentária para a prefeitura arcar com um custo tão alto.
O projeto elaborado pelo município prevê um viaduto de cerca de 500 metros e vai separar o fluxo de passagem da rodovia dos veículos que pretendem acessar os bairros De Lazzer e Diamantino, entre outros do entorno. Para isso, o trecho da rodovia federal nos dois sentidos será elevado, mantendo a pista duplicada. Na parte inferior do viaduto, o projeto prevê a construção de uma rotatória de três pistas no acesso ao bairro Diamantino. A rótula deve ficar no ponto onde atualmente há sinaleiras, eliminando a necessidade dos aparelhos (veja abaixo).
— Ela vem numa elevada da própria BR-116, mas não impede os acessos laterais para, por exemplo, acessar a perimetral. Ela tem essa características de elevada, onde se eleva todo o trânsito mais direto, seja centro ou zona norte, mas o local vai ter que fluir ali por baixo, porque hoje é uma confusão. Atualmente, você tem o trânsito de quem pega a BR-116 para ir para São Marcos e conflita com aquele que tá usando ali para entrar no bairro De Lazzer — explica a secretária do Planejamento, Margarete Bender.
O projeto já está nas mãos da Superintendência Regional do Dnit no RS e também em Brasília, mas ainda aguarda análise que pode resultar em modificações pontuais pelo órgão rodoviário. Se decidir realizar a obra, o Dnit pode arcar com o viaduto a partir do próprio orçamento. Já no PAC a proposta foi admitida para análise, mas o município ainda não obteve retorno se a obra será ou não contemplada com recursos do programa. Emendas parlamentares também são uma possibilidades, mas elas são destinadas em valores baixos.
— Quem coordena o PAC é a Casa Civil. De dois em dois meses eles fazem uma revisão. É um processo que vai se moldando como passar do tempo e obviamente com os programas de necessidade que são apresentados — observa Margarete.
O Dnit já chegou a mencionar que pretendia iniciar a obra em 2024, mas até agora não há perspectiva concreta. A reportagem procurou o órgão rodoviário e a Casa Civil para obter informações a respeito dos trâmites do projeto, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Gargalo no trânsito
O viaduto é considerado um projeto estruturante porque se localiza em um ponto delicado do ponto de vista da mobilidade, uma vez que a união da Perimetral Norte com a BR-116, integra um dos mais importantes anéis viários de Caxias. Some-se a isso, o acesso a bairros populosos e o resultado é um dos principais gargalos da cidade.
Para disciplinar o cruzamento das duas vias e o acesso ao bairro Diamantino, são necessárias sinaleiras. Os aparelhos, porém, também são responsáveis por travar o trânsito em horários de pico em ambos os sentidos da rodovia, com reflexos na Perimetral. Com a separação do fluxo, além de maior fluidez, o objetivo é que o trânsito também fique mais organizado no ponto.
O projeto
A proposta ainda pode sofrer ajuste por parte do Dnit, mas solução principal já está definida. Confira:
- Para quem sai da Perimetral Norte e pretende seguir em direção a Ana Rech, o projeto prevê um trajeto por baixo da viaduto. Em seguida, o motorista segue em direção a Ana Rech pela pista lateral, acessando a pista principal pouco depois da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
- No sentido contrário, o acesso à Perimetral Norte também vai ocorrer pela pista lateral, que deverá ser acessada nas proximidades da PRF. A previsão é de que ambas as pistas laterais também sejam duplicadas
- A entrada e saída do Diamantino se dará pela rotatória de três faixas que será implantada embaixo do viaduto
Outras obras na BR-116
Embora o projeto do viaduto seja o mais impactante, há outras melhorias previstas ou em andamento para a BR-116. Confira abaixo;
- Acesso a Ana Rech: o município já conta com estudos preliminares para reformular o acesso ao bairro, também complicado em horários de pico. Ainda é necessário, contudo, um projeto mais detalhado
- Acesso ao bairro Serrano: o ponto recebeu deslocamento de sinaleiras e alongamento da faixa de espera para conversão à esquerda. O novo acesso foi liberado na manhã de sábado (2).
- Duplicação: já existe projeto para duplicação da BR-116 entre os bairros Planalto e Vila Verde. O trecho de pouco menos de um quilômetro teve ampliação de apenas um lado até agora. O outro lado conta com uma adutora de gás que torna a obra mais complexa. Não há prazo para início.
- Acesso ao bairro Planalto: equipes realizam terraplenagem e instalação da drenagem na Avenida Marcopolo. Nos próximos dias, o objetivo é fazer a base e a impermeabilização do solo para pavimentação. A etapa seguinte é fazer intervenções semelhantes no lado oposto da rodovia. As intervenções sobre a pista principal serão a última etapa.