O aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, recebeu um radar para reforçar o monitoramento do tráfego aéreo do estado. O equipamento é transportável e foi instalado de forma provisória na cidade em função do fechamento do aeroporto Salgado Filho. A montagem da estrutura terminou no dia 28 de julho e o dispositivo já está em operação.
O sistema de vigilância do espaço aéreo do Estado contava com um radar no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, mas o aparelho acabou danificado em função da enchente. Para manter o monitoramento, a primeira medida adotada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da Aeronáutica, ainda em maio, foi instalar na Base Aérea de Canoas outro radar transportável que estava em Chapecó (SC) e era utilizado para defesa aérea. A estrutura instalada em Caxias amplia a capacidade e a segurança do apoio aos pilotos.
— Em Canoas não tem a mesma abrangência de cobertura, então optaram por botar aqui, porque é mais alto — explica o diretor do aeroporto, Cleberson Babetzki.
O radar, do tipo secundário, saiu de Bom Jesus da Lapa (BA) e o transporte ocorreu entre os dias 8 e 15 de julho. Segundo o Decea, a operação envolveu cerca de 20 militares, dois caminhões guindaste, uma carreta, um caminhão, um furgão e uma picape. A montagem foi conduzida por sete técnicos do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (Pame-RJ).
Diferentemente do radar primário, que apenas detecta objetos no espaço aéreo, o radar secundário também capta dados transmitidos pelas aeronaves, como identificação e velocidade. As informações coletadas em Caxias são enviadas ao Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), com sede em Curitiba (PR) e responsável pelo monitoramento do espaço aéreo das regiões sul, sudeste e parte do centro-oeste.
O radar transportável é um recurso da Aeronáutica utilizado justamente para demandas temporárias, como a interrupção de prestação de serviço de um radar fixo ou aumento de fluxo aéreo em determinadas regiões. Conforme o chefe da área de radares do Pame-RJ, Capitão Engenheiro Leandro de Carvalho Monsores, as necessidades relacionadas às cidades afetadas pela catástrofe climática aumentaram a movimentação de aviões no estado.
— O equipamento trará maior fluidez e segurança para os voos que operam na região.
De acordo com Babetzki, embora o radar instalado atualmente seja provisório, com previsão de retirada após o restabelecimento das operações do Salgado Filho, a Aeronáutica estuda a implantação de um aparelho definitivo junto ao 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3º Gaaae), também em Caxias.