Uma das principais ações para a pavimentação de 8,3 quilômetros da BR-285, em São José dos Ausentes, a construção de uma ponte sobre o Rio das Antas está com três dos cinco pilares prontos. A estrutura tem 400,4 metros, com vãos de até 110 metros.
A construção da rodovia foi retomada em 2022, depois de mais de uma década sem avanços significativos. O trecho da cidade gaúcha era o único ainda não pavimentado, já que o lado catarinense, na chamada Serra da Rocinha, na cidade de Timbé do Sul, está com a construção quase completa. A BR-285 liga a BR-101 na cidade de Araranguá (SC) à fronteira oeste gaúcha.
De acordo com a empresa STE Serviços Técnicos de Engenharia SA, responsável pelo monitoramento e implantação de medidas ambientais na obra, a construção adota a técnica convencional na implantação das pilares e o método de balanço sucessivo em outros trechos. Nessa modalidade, a construção parte de um pilar central e avança em ambas as direções, equilibrando o tabuleiro. Essa técnica permite vencer vãos maiores, especialmente em grande altura, como é o caso da travessia do Rio das Antas. Além da implantação dos pilares, já teve início o içamento de vigas em trechos da ponte.
A finalização da estrada também envolve a pavimentação dos 8,3 quilômetros, duas interseções em acessos a São José dos Ausentes, além de outro entroncamento com a RS-020, e três passagens subterrâneas para a fauna. Outras duas pontes, de menor extensão, também estão contempladas no projeto.
A conclusão dos oito quilômetros está orçada em R$ 72 milhões. O prazo de execução, na época do início das obras, era de cerca de dois anos e meio. Os recursos foram captados a partir de diversas fontes, inclusive de emendas parlamentares.
Corredor bioceânico
Além de ajudar a escoar a produção do Estado quando estiver concluída, a BR-285 vai formar um corredor estratégico, cruzando todo o Rio Grande do Sul. Do entroncamento com a BR-101, em Araranguá (SC), até São Borja, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, são 744,3 quilômetros de rodovia.
Na cidade gaúcha, a estrada se conecta com a Ruta Nacional 14, na Argentina, através da Ponte Internacional sobre o Rio Uruguai. A partir daí, é possível cruzar o país vizinho e chegar ao Chile, permitindo uma ligação rodoviária entre o porto de Imbituba, em Santa Catarina, e o porto de Antofagasta, no país andino.
— A preocupação maior hoje está na conclusão do lote catarinense, onde faltam 200 metros, aproximadamente. Porém, aconteceu um desmoronamento de grande volume. Vão ter que fazer obras complementares. Embora já se tenha o projeto da solução, acabaram ficando sem recursos. Até repor os recursos, via remanejamento, está atrasando significativamente o cronograma de Santa Catarina — relata Jaziel de Aguiar Pereira, articulador da mobilização da região pela conclusão da rodovia.