Uma reunião entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a prefeitura de Santa Tereza e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), na quinta-feira (12), iniciou os debates quanto às ações emergenciais que visam salvar o prédio histórico que desabou parcialmente na primeira semana de setembro.
A edificação, que é tombada a nível estadual e federal, fica na Rua Tiradentes, em frente à Praça Massimiliano Cremonese, próximo da Igreja Matriz. Originalmente, o prédio abrigava uma escola particular. No dia 5 deste mês foi registrada a queda do telhado e parte da estrutura lateral.
O superintendente do Iphan no Rio Grande do Sul, Rafael dos Passos, confirmou à reportagem que sugeriu à prefeitura a busca de recursos emergenciais via Defesa Civil ou pela Lei Rouanet, de incentivo à cultura, para evitar maiores danos à edificação.
Ao mesmo tempo, Passos destaca que fica à cargo da administração municipal uma primeira limpeza do espaço, como a retirada de entulhos e de telhas da cobertura que acabaram caindo.
— Precisamos estabilizar para evitar que o dano possa se ampliar, por exemplo, que possam cair outras partes. Nesse tipo de construção, a própria estrutura da cobertura é importante para garantir a estabilidade. Como caiu uma das paredes e parte da cobertura, a preocupação agora é como estabilizar emergencialmente (o prédio) — explica Passos.
Por questões de segurança, os representantes do Iphan e do Iphae não entraram no prédio durante a visita ao município na última quinta-feira.
A prefeitura de Santa Tereza já havia aprovado um projeto de restauro da edificação junto ao Governo Federal antes mesmo do desabamento. No entanto, até o momento, o município ainda não recebeu o repasse. Esse foi o único dos três projetos cadastrados junto ao Novo PAC Seleções que foi contemplado. O objetivo é requalificar o local para a criação do Museu Municipal.
Passos informa ainda que na quarta-feira (11) — antes da visita a Santa Tereza — foi realizada uma reunião remota entre representante da prefeitura e do Iphan. Nesse encontro ficou acertado que será agilizado o processo de liberação dos valores do projeto aprovado junto ao Governo Federal.
— Estamos estudando as possibilidades para ampliar recurso de projeto, principalmente para incluir um laudo estrutural mais completo da edificação, e também tratamos de encurtar os prazos de contratação e de elaboração de projeto. Agora vamos trabalhar o mais rápido possível nessa questão do PAC Seleções, finalizar esses trâmites que levam à assinatura do termo de compromisso para repassar ao projeto o mais rápido possível — explica o superintendente do Iphan no RS.
Prefeita diz que ainda aguarda a verba do PAC Seleções
A prefeita de Santa Tereza, Gisele Caumo, por sua vez, informou que a primeira etapa das ações emergenciais será a retirada dos entulhos, que serão armazenados com o objetivo de serem reutilizados no restauro da edificação.
— A segunda etapa envolve a estabilização e proteção da estrutura e será colocada em prática fazendo-se o escoramento do restante das paredes, visto que a fachada frontal já foi escorada. Além disso, será instalado um telhado sobre o prédio, com vistas a protege-lo e evitar que a incidência das condições climáticas deteriore ainda mais a estrutura. Para esta intervenção, buscaremos recursos em outras esferas, visto tratar-se de um custo mais elevado. Entretanto, tememos que o tempo necessário para conquista e liberação de tais recursos, seja muito prolongado e acarrete no agravamento da situação do prédio — explica a prefeita.
Gisele explicou que o projeto final de restauro, que ainda aguarda a liberação de verba do PAC Seleções, passará por aprovação do Iphan e do Iphae.
— Aprovado o projeto, partiremos em busca de recursos para a execução do mesmo, que trata-se de uma obra de valores suntuosos, por todas as suas particularidades. Pretendemos cadastrar o projeto em editais de LIC e Lei Rouanet, por exemplo, para captar os recursos necessários para que possamos ter o prédio novamente em condições de uso — revela Gisele.