CORREÇÃO: existem quatro aeroportos internacionais no Rio Grande do Sul (o Rubem Berta, em Uruguaiana, o Comandante Gustavo Kraemer, em Bagé, o João Simões Lopes Neto, em Pelotas, além do Salgado Filho, em Porto Alegre), e não apenas um. A informação incorreta permaneceu publicada entre 20h48min de 22/5/2024 e 9h de 23/5/2024. O texto já foi corrigido.
Com o principal aeroporto internacional do Estado inoperante — já que o Salgado Filho, em Porto Alegre, está inundado — a prefeitura de Caxias do Sul está encaminhando melhorias na infraestrutura do Aeroporto Hugo Cantergiani, que aparece neste momento como uma referência para o tráfego aéreo. Além disso, para garantir uma eventual ampliação da capacidade de pousos e decolagens no Rio Grande do Sul, o município, que administra a infraestrutura, vai solicitar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a internacionalização do equipamento.
A informação é do prefeito Adiló Didomenico. Ele garantiu que um ofício seria enviado ao órgão federal ainda nesta quarta-feira (22). Além disso, ele projeta para 40 dias a entrega das melhorias, como ampliação das áreas de embarque e desembarque e instalação de equipamentos para aprimorar o pouso e a decolagem em caso de chuva ou neblina.
— Já estamos orçando melhorias na pista, e já encomendaram, inclusive, os equipamentos para melhorar o pouso e decolagem com o tempo chuvoso ou neblina. Estamos fazendo uma campanha de arrecadação de recursos para fazer a ampliação de 500 metros quadrados da área de embarque e 300 metros quadrados de desembarque, a compra de novo raio X. Não deve passar de 40 dias para deixarmos o aeroporto com uma estrutura bem melhor — prevê Adiló.
A respeito da internacionalização, o prefeito afirma que as melhorias vão dar conta de receber os passageiros com mais conforto, e não vê problemas para que a mudança de patamar do aeroporto seja confirmada após a entrega das melhorias. Mesmo assim, ele repassa a decisão para a Anac.
— Nós vamos quase triplicar a nossa área de acolhimento das pessoas. Com 800 metros quadrados de área, nós temos condições tranquilamente para a Polícia Federal, Anvisa e Receita Federal se instalarem. Acho que (a internacionalização) para Caxias é bom. Prova que o nosso aeroporto é um bom equipamento. A ampliação que a gente está fazendo, eu entendo, vai dar um resultado bem interessante. Agora, claro, essa questão da internacionalização não depende do município, são os órgãos controladores que vão avaliar — explica o prefeito.
Logística
Para se tornar um aeroporto internacional, conforme normas da Agência Nacional de Aviação (Anac), é preciso atender diversas operações de tráfego aéreo internacional, como normas alfandegárias, de polícia de fronteira, de saúde pública, de vigilância agropecuária e os demais requisitos estabelecidos em regulamentos específicos.
— Nós já estávamos indo para essa implantação. Seria uma excepcionalização, não é nada assim que a gente conseguiria de pronto colocar na operação ordinária do aeroporto — explica o secretário de Mobilidade Urbana, Trânsito e Transportes de Caxias do Sul, Alfonso Willenbring Jr., que também coordena as operações no aeroporto.
Demanda da dupla Gre-Nal
A demanda para que o aeroporto receba voos internacionais está sendo feita, principalmente pelos clubes de futebol da Capital, Grêmio e Internacional, que participam de competições da Conmebol. Com Arena e Beira-Rio inundados e diante da incerteza sobre a retomada das operações do Aeroporto Salgado Filho, a dupla Gre-Nal avalia mandar jogos nos estádios Centenário e Alfredo Jaconi ou pelo menos utilizar a Serra como base para deslocamentos.
Se atendido, o pleito dos dois grandes da Capital resolveria uma parte considerável das dificuldades logísticas da Dupla na retomada dos jogos, em especial na Copa Libertadores e na Copa Sul-Americana, que exigem que as partidas sejam disputadas em cidades situadas a no máximo 150 quilômetros de um aeroporto internacional, o que não é o caso hoje de Caxias do Sul. A solicitação dos clubes foi feita pessoalmente na última sexta (17) ao ministro Paulo Pimenta, titular do Ministério Extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul, em uma reunião presencial no Estádio Beira-Rio.