Fez aniversário o ato de formalização de Vila Oliva como local para o novo aeroporto da Serra: 13 anos na segunda-feira, dia 20. Naquele mesmo dia, 20 de maio de 2011, após assinar o termo que oficializava a escolha, o então secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, anunciou melhorias no Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, como a instalação de um sistema de pouso por instrumentos (ILS, instrument landing system na sigla em inglês) de categoria 1 até o ano seguinte, ou seja, 2012.
A cerimônia ocorreu na CIC de Caxias do Sul. Eu acompanhei como repórter do Pioneiro e escrevi uma matéria com o título "Cantergiani contra a neblina", já que o equipamento prometido auxiliaria na orientação do direcionamento de aviões e facilitaria o pouso e a decolagem em dias de cerração. Porém, ele nunca chegou.
Com a enchente, que interditou as atividades do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, Caxias tornou-se o principal terminal de ligação entre Estado e o resto do país — até a dupla Gre-Nal pediu a internacionalização do Cantergiani. "O patinho feio virou cisne", comentou uma fonte. Agora, precisa absorver uma demanda com todas as limitações de quem não recebeu a atenção que merecia nos últimos anos.
A situação é completamente atípica, claro, afinal, estamos em estado de calamidade pública, mas mostra a fragilidade da infraestrutura aérea gaúcha. Não podemos depender de um único aeroporto de grande porte.
Melhorias
No domingo, cinco voos foram cancelados por causa da neblina. A média anual de cancelamentos por esse motivo é de cerca de 3%, conforme a direção do Cantergiani.
De acordo com o secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Alfonso Willenbring, um plano de melhorias está em andamento desde o final do ano passado.
O projeto não tem relação com os episódios recentes e inclui, por exemplo, recapeamento da pista e instalação de novos equipamentos. Segundo Willenbring, o ILS tem um custo muito alto, além de precisar de uma torre de comando, que não existe atualmente.
Há outras tecnologias capazes de auxiliar pousos e decolagens mesmo com neblina, conforme o secretário, e que estão previstas.