Filas para embarque invadindo a calçada, saguão lotado e o barulho constante das turbinas de aviões. O Aeroporto Regional Hugo Cantergiani vive dias atípicos em Caxias do Sul. Nesta segunda (20), o recorde de voos comerciais foi quebrado: 11 desde a manhã. A marca foi motivada por remarcações devido ao mau tempo dos últimos dias. Assim, as seis operações diárias ganharam cinco voos extras.
As idas e vindas foram principalmente entre Caxias e São Paulo, com muitos passageiros que não esperavam parar no município. Obviamente, a situação do Aeroporto Internacional Salgado Filho, de Porto Alegre, forçou o aumento de demanda no Hugo Cantergiani. Em alguns dias, conforme a direção, o aeroporto recebe diariamente mais de três mil passageiros.
Um dos casos foi do turista paulista Guilherme Escopeto, 34 anos. O voo do eletricista estava marcado originalmente para Porto Alegre. Escopeto pousou em Caxias para ir a Gramado. Ele conta que manteve contato com a hospedagem gramadense para saber se conseguiria realizar a viagem. No momento da conversa, ele esperava o transporte para ir à Região das Hortênsias.
— Foi uma viagem tranquila. Tinha ouvido falar que o aeroporto é pequeno, mas até que surpreendeu a estrutura — afirma o turista.
Melhorias para aumentar capacidade
Apesar de ser uma situação emergencial, o secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Alfonso Willembring Júnior, afirma que o objetivo é aumentar a capacidade operacional para atender com mais frequência esta quantidade de voos. Ou seja, não ter essas operações apenas em situações atípicas.
— Hoje a gente teria até uma liberação para operar com 12 voos comerciais diariamente. Estamos hoje operando com 11, muito próximo desse apontamento de limite por hora. Nós temos várias intervenções que deverão ser realizadas na pista, em equipamentos de segurança e no próprio terminal — explica o secretário.
Willembring relata que o que dificulta o maior número de operações é a limitação do terminal. Por exemplo, a operação de dois voos no pátio ao mesmo tempo gera um atendimento para cerca de 400 pessoas.
— A gente tem que ter um mínimo de conforto. Fazer com que as pessoas tenham uma acessibilidade tranquila, um atendimento tranquilo, e também aquele tempo de espera do embarque. Então, nós vamos fazer essas intervenções, tanto no terminal quanto na pista, e também na segurança de operação. A partir de então, sim, a gente teria condições até de liberar para mais de 12 voos. Hoje, estamos demonstrando que a equipe que aqui está e a estrutura que nós temos, apesar de bastante acanhada, já comporta a gente ter um número desses voos — analisa Willembring.
O secretário esclarece que estas melhorias já estavam previstas antes da chuva que atingiu o Estado. Porém, anteriormente, o prazo para elas era até o final do ano. Com o novo cenário, o aeroporto, administrado pelo município, tentará receber as intervenções em até 90 dias.