Bento Gonçalves foi um dos municípios mais atingidos pela chuva da semana passada no Rio Grande do Sul. Até o momento foram registradas sete mortes na cidade. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, na noite de terça-feira (7), o prefeito Diogo Segabinazzi Siqueira apresentou um panorama do atual cenário. Segundo ele, 10 pessoas estão desaparecidas, principalmente no interior do município.
Conforme Siqueira, até o momento foram realizados mais de mil resgates de pessoas que estavam em zonas de risco em Bento Gonçalves, com foco em localidades próximas dos rios Taquari e das Antas. O prefeito detalha os próximos passos:
— Agora estamos em uma fase de abertura de estradas em Tuiuti, Faria Lemos (por exemplo). Também estamos na fase de fazer a busca de todos os desaparecidos. É muito delicado, envolve muitos bombeiros.
De acordo com o prefeito de Bento Gonçalves, nesse momento a força-tarefa na cidade conta com cerca de 100 bombeiros, que além da cidade, são de Minas Gerais, da Bahia, do Rio de Janeiro, de Tocantins, do Distrito Federal e de Santa Catarina. Essas buscas, na visão de Siqueira, são delicadas em virtude da forma como ocorreram os deslizamentos, sendo preciso dividir as equipes. Além de Faria Lemos, outro loco é a região da Ponte Ernesto Dornelles, na divisa com Veranópolis.
Siqueira detalha que atualmente são 60 pessoas que estão alojadas em um abrigo no salão comunitário de Nossa Senhora do Rosário, em Faria Lemos. Segundo ele, alguns moradores foram para casas de parentes e amigos. No entanto, faz um alerta para aqueles que resolveram, por conta própria, retornar para suas casas mesmo em situação de risco, principalmente com a previsão de chuva para os próximos dias:
— Alguns voltaram para suas casas, e aqui fica um alerta: não voltem para essas localidades.
Outro local que causa preocupação ao prefeito de Bento é a Barragem 14 de Julho, na divisa com Cotiporã e que, na semana passada, teve um rompimento parcial, fazendo com que os moradores das proximidades precisassem evacuar a região. O local segue me monitoramento constante.
Conforme Siqueira, ainda há pontos sem energia elétrica e também sem abastecimento de água na cidade, principalmente no interior e na Zona Norte. As duas situações são tratadas diretamente com a Rio Grande Energia (RGE) e com a Corsan. O prefeito diz que ainda não foi feito um levantamento financeiro dos prejuízos, mas afirmar serem necessárias verbas estaduais e federais.
— São várias frentes que a gente está trabalhando para tentar facilitar o mais rápido possível esse acesso. Mas, mesmo assim, eu preciso de recursos externos, preciso de recursos do Estado e do Governo Federal — afirma.
Confira a entrevista na íntegra: