O trabalho de posicionamento da ponte sobre o Rio das Antas, entre Nova Roma do Sul e Farroupilha, está previsto para começar às 18h desta sexta-feira (22). A estrutura metálica começou a ser montada no dia 16 de novembro, às margens do rio e ficou pronta na semana passada. O içamento da estrutura, no entanto, aguardava a chegada dos guinchos necessários para o trabalho.
Conforme o prefeito de Nova Roma, Douglas Pasuch, os veículos têm chegada prevista para as 18h e os primeiros passos é a instalação dos guinchos, com duração estimada de quatro horas. A expectativa, portanto, é que a movimentação das peças comece após as 22h e a primeira parte da travessia, no lado de Farroupilha, esteja posicionada até a metade da manhã deste sábado (23).
— Terá um guincho para cada lado, e o trabalho vai ser contínuo, não vai ter parada em momento algum — afirma Pasuch.
A previsão é de que as duas peças estejam posicionadas até o início da madrugada de sábado para domingo (24). Uma vez instaladas, porém, o trânsito não será imediatamente liberado. Isso porque é necessário realizar a concretagem junto às cabeceiras e ao pilar central, que está previsto para ocorrer no fim da próxima semana. O material, contudo, precisa de um tempo de secagem para adquirir a resistência necessária. Por conta disso, a estimativa é de que o trânsito seja liberado por volta da metade de janeiro.
Estrutura é provisória
Com a reconstrução da ponte metálica, a ligação entre Farroupilha e Nova Roma do Sul será a primeira dentre as destruídas ou danificadas pela enxurrada de 4 de setembro a ser restabelecida. No entanto, a travessia, que seguirá as mesmas características da ponte anterior, será provisória, uma vez que o governo do estado promete construir uma nova ponte, mais alta e na diagonal para minimizar a força do rio sobre a estrutura. A ponte foi viabilizada pela Associação Amigos de Nova Roma do Sul, que reúne agricultores, empresários e moradores. Por meio de uma campanha, o grupo arrecadou recursos nos últimos meses para viabilizar a obra, uma vez que a interrupção da ligação com Farroupilha tem causado graves prejuízos à economia de Nova Roma do Sul.
De acordo com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), a nova travessia a ser construída terá 180 metros de extensão e está orçada em R$ 51 milhões. O órgão busca recursos junto ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional e já enviou o anteprojeto para análise. A pasta já fez uma primeira verificação e solicitou alterações, que estão sendo encaminhadas.
Outras pontes impactadas
São Marcos-Campestre da Serra
A ponte sobre o km 95,7 da BR-116 teve danos em pelo menos um pilar na cheia histórica do Rio das Antas, em 4 de setembro. Desde então, a travessia está interditada, impactando a economia de ambos os municípios.
De acordo com a unidade regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Vacaria, o trabalho emergencial de recuperação da estrutura começou em novembro. Atualmente, as equipes trabalham na demolição do pilar danificado para, em seguida, começar a reconstrução.
— Por enquanto os fatores climáticos não interferiram nos trabalhos — afirma o engenheiro do Dnit, Daniel Bencke.
Bento Gonçalves-São Valentim do Sul
A travessia do Rio Taquari no km 22 da RS-431 foi levada pela água em 4 de setembro. A estrutura ficava no limite do município de Santa Tereza com a localidade de Santa Bárbara, em São Valentim do Sul. A rodovia, no entanto, é utilizada na ligação entre Bento Gonçalves e São Valetim do Sul.
De acordo com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), serão necessários R$ 69 milhões para reconstruir a ligação de 320 metros de extensão, a mais cara entre as rodovias estaduais.
Além do orçamento, o anteprojeto da ponte já está pronto e o estado também busca recursos federais. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional já realizou uma primeira análise e solicitou alterações, que estão sendo providenciadas pelo órgão estadual. Ainda não está definido qual o montante será destinado pelo governo federal.
Enquanto isso, o estado já mobiliza a estrutura para implantação de uma balsa na travessia, até a reconstrução da ponte. Segundo o Daer, o serviço deve começar a operar em meados de janeiro. O deslocamento da balsa e dos rebocadores está previsto para ocorrer nos próximos dias. A balsa será transportada pelo rio, enquanto os rebocadores serão levados pelas rodovias.
Cotiporã-Dois Lajeados
Ponte fica em uma via municipal no limite dos dois municípios, por isso a reconstrução é conduzida em conjunto. O projeto já teve a destinação de R$ 4,09 milhões anunciada pela Defesa Civil Nacional.
Conforme o prefeito de Cotiporã, Ivelton Mateus Zardo, os municípios buscam, como alternativa, a construção de uma nova ponte, mas alta e extensa, em outro local, para ser menos vulnerável a novas inundações. Um engenheiro deve apresentar nos próximos dias um anteprojeto para que os municípios busquem recursos adicionais para encaminhar essa solução.
— Se não conseguirmos mais dinheiro, vamos ter que construir como ela era — observa Zardo.
Nova Bassano-Serafina Corrêa
A ponte da RS-851, no limite das duas cidades, foi deslocada pela força do Rio Carreiro em 4 de setembro. A estrutura não chegou a ser comprometida, mas o tabuleiro precisa ser reposicionado, o que exige um trabalho complexo com a utilização de macacos hidráulicos.
O Daer disse ter colocado auxílio técnico à disposição dos municípios para aprovação do trabalho junto ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional em busca de R$ 1,5 milhão em recursos federais. O plano de trabalho já foi aprovado pela pasta, com a emissão de nota de empenho para municípios licitarem a execução do trabalho.