Um dos maiores polos metalmecânicos do Brasil e conhecida historicamente pela força empreendedora, Caxias do Sul busca agora resgatar o poder turístico, com novas alternativas que não se limitem a pontos como o Monumento Nacional ao Imigrante, a Igreja de São Pelegrino, a Casa de Pedra e o Jesus Terceiro Milênio, entre outras opções.
Em 2022, o município, que de acordo com o IBGE tem 463,3 mil habitantes, recebeu mais de 1,4 milhão de turistas únicos, que são aqueles que não utilizaram o município como uma passagem para ir até outras localidades. Desse número, 896 mil são moradores do próprio Rio Grande do Sul. Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerias (conforme tabela abaixo) completam a lista dos estados que mais vieram à cidade. Os dados fazem parte do Relatório de Análise de Fluxo Turístico, produzido pela Secretaria Estadual do Turismo (Setur-RS) e pelo Sebrae.
Conforme o mesmo levantamento, em 76% dos casos, os turistas permanecem de um a três dias na cidade, e o tempo máximo, em 90% das vezes, é de uma semana. Ainda é possível perceber que, entre os municípios gaúchos, Porto Alegre, Vacaria e Canoas despontam como os três maiores emissores de visitantes para Caxias. Já dos oriundos de outros Estados, Florianópolis, São Paulo e Curitiba figuram no top-3. Em 59,11% dos casos, os visitantes de Caxias são homens e em 40,89% mulheres. Quando analisada a classe social, em mais de 54% dos casos se tratam de pessoas da classe D, e em apenas 1% pertencem à classe A, considerada a de maior poder aquisitivo.
Esses números são considerados positivos pela Secretaria Municipal do Turismo (Semtur). De acordo com o titular da pasta, Ricardo Daneluz, o objetivo é sempre melhorar e trazer o maior número de visitantes possível para a cidade. Segundo ele, atualmente a cidade é divulgada fortemente por meio de grandes feiras do trade, principalmente para apresentar os atrativos que Caxias do Sul possui aos profissionais do setor, como agências.
Além de contar com atrativos no perímetro urbano, que engloba um roteiro conhecido como city tour, a cidade tem, ao menos, outros cinco pontos territorialmente demarcados: os Caminhos da Colônia, Ana Rech, Estrada do Imigrante, Criúva e Vale Trentino. Todos as atrações estão listadas no site do Curta Caxias do Sul, plataforma que a administração municipal tem trabalhado para digitalizar as opções e centralizar nela informações sobre o turismo caxiense.
Uma outra ideia do poder público para atrair mais visitantes é capitanear eventos, com as atividades esportivas largando na frente. Sediar os Jogos Universitários em 2024 é uma possibilidade que está sendo pleiteada juntamente com a Secretaria Municipal como Estadual do Esporte e Lazer. Segundo Daneluz, os eventos trazem para a cidade um grande número de visitantes, não somente de atletas, mas de pessoas envolvidas na organização, e que acabam consumindo outros serviços e produtos, impactando positivamente na economia local.
Além disso, a Semtur quer impulsionar os atrativos já existentes, aproveitando o que há na cidade, como a ligação com as tradições gaúchas, a imigração italiana e as belas paisagens da zona rural. Alguns projetos, inclusive, foram lançados durante a Semana Municipal do Turismo, que aconteceu no mês de setembro. Dentre eles, o "Tem Festa no Interior", que busca valorizar os atrativos principalmente nos distritos caxienses.
Outra ideia que já está em desenvolvimento é colocar a comunidade dentro do processo de divulgação dos atrativos turísticos, uma vez que ela também acaba sendo "turista" na própria cidade. Para isso, foi criado o "Conheça Caxias", cujo objetivo é distribuir adesivos e viabilizar outdoors para que moradores e visitantes explorarem as atrações.
— Eu não tenho dúvidas nenhuma que nos próximos anos Caxias do Sul vai explodir na área do turismo. A gente percebe muitas iniciativas em toda a cidade. As pessoas têm investido no turismo, que era algo que não se via tempos atrás. Esse interesse de colocar produtos turísticos — enfatizou Daneluz.
Para o professor e coordenador do curso de Turismo da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Maguil Marsilio, a cidade tem muitas potencialidades a serem exploradas. Destaca que o município é um berço para o turismo de negócios, corporativo, industrial, de compras e até mesmo de serviços médicos.
— Nós somos uma mini São Paulo, que não é uma praia, mas olha quantos turistas eles recebem, um absurdo. Caxias é a mesma coisa — diz.
Marsilio acredita que é necessário um discurso unificado sobre o turismo em Caxias do Sul. Além disso, ele afirma que o próprio termo "turismo" deve ser melhor entendido não somente na cidade, mas em âmbito nacional. Ressalta que eventos como a Feira Maesa Cultural, que acontece na Rua Plácido de Castro, é um bom exemplo de atração.
— Temos um caminho muito bom pela frente, mas eu diria que Caxias precisa trabalhar um discurso um pouco mais maduro nesse sentido, e não entrar nesta coisa de: "Caxias não tem turismo". Pera aí, o que é turismo? Quais são as formas de turismo? Vamos abrir o escopo, nós já temos de sobra — destacou o professor.
Quem também acredita no potencial caxiense de recuperar a força no setor é a turismóloga Ivane Fávero. Ela, que foi a consultora do Sebrae contratada para auxiliar na elaboração do Plano Municipal de Turismo, vê uma forte mobilização para a retomada, e não somente do poder público, mas também da iniciativa privada e da comunidade. Segundo ela, a cidade tem muito a explorar.
— Caxias do Sul, como nós definimos na construção do Plano Municipal do Turismo, é o coração da Serra gaúcha, não só pela localização, mas também pela oferta estruturada de meios de hospedagem, de alimentação e de atrativos, que se complementam com os atrativos dos municípios vizinhos.
É preciso lembrar, ainda, que em 2024 Caxias do Sul contará com 34ª Festa Nacional da Uva, evento que tradicionalmente movimenta o setor e atrai milhares de pessoas para a cidade.
A primeira Vila de Caxias do Sul
Quando se fala em iniciativa privada, a cidade está prestes a receber novos empreendimentos e que buscam justamente resgatar a história do município, como a Villa Dei Troni, em Ana Rech. O atrativo turístico, que deve ser inaugurado até 2025 — em celebração aos 150 anos da imigração italiana —, recriará a primeira vila de Caxias do Sul. A construção está sendo viabilizada pelo empresário Edson Tomiello, fundador da Neobus.
Na Villa Dei Troni, os visitantes entrarão em um verdadeiro túnel do tempo. Será possível encontrar construções originais e preservadas até hoje, como galpões centenários, além de casas que estão sendo erguidas e que respeitam o legado histórico. São mais de 50 obras que estão sendo construídas e que prometem uma experiência única.
Além da imigração italiana, o tropeirismo também marcará presença no parque temático. Com moinhos, serraria, alambique, barbearia, escola, igreja, rodoviária, dezenas de construções darão a real dimensão aos turistas de como era a Caxias do Sul do passado. A casa de Ana Rech —imigrante italiana que chegou à Serra em 1877 e que dá nome ao bairro —também será relembrada, assim como haverá uma réplica da estátua em sua homenagem.
— Estamos em um local que é Ana Rech, que é onde começou o turismo na Serra gaúcha com o hotel Bela Vista há (quase) 100 anos, em 1926. Então, é esse resgate histórico que eu quero fazer, como começou o turismo na Serra gaúcha — explicou Tomiello sobre o empreendimento.
Tudo isso o turista conseguirá ver em movimento, ou seja, realmente como uma cidade do passado funcionando. Restaurantes e a presença de vinícolas da região darão o toque da gastronomia típica da Serra aos visitantes. Tomiello também disse que pretende homenagear as famílias que ajudaram a erguer Caxias do Sul, para que as gerações mais novas cheguem na Villa Dei Troni e encontrem legados de seus avós, bisavós, e outros antepassados.
— Estou bastante feliz de fazer esse projeto, porque pretendo deixar um legado para a cidade. E quero contemplar todas as diferentes camadas da sociedade.
O empresário ainda afirmou que a Villa Dei Troni será um presente para comunidade serrana. Orgulhoso do projeto, e com olhar de felicidade ao passar por cada uma das obras em execução do parque temático, Tomiello disse acredita que se trata do maior investimento turístico da história da cidade, porém, o proprietário prefere não divulgar os valores.
A expectativa é que, depois de pronta, a Villa Dei Troni possa receber mais de 1,5 mil pessoas por final de semana.
O retorno de um castelo histórico
Outro empreendimento que promete trazer um resgate afetivo aos caxienses, e também aos turistas, é a revitalização do antigo castelo Château Lacave. A construção, no estilo medieval, foi arrematada em 2021 pela Famiglia Valduga, de Bento Gonçalves, e investidores em um leilão. A intenção dos novos proprietários é preservar as características originais da construção, bem como a história da edificação, que já foi palco para diversas festas.
Conforme o presidente do Grupo Famiglia Valduga, Juarez Valduga, haverá restaurantes e espaço de lazer. A ideia é que o local seja inaugurado parcialmente para a Festa da Uva 2024, para que possa receber eventos da principal festa comunitária da Serra, que acontece de 15 de fevereiro a 3 de março.
Valduga destacou que o projeto de revitalização do castelo fará com que se torne um grande complexo enoturístico, e que o foco inicial são os caxienses, para que possam conhecer o espaço operando novamente nas margens da BR-116.
— Para muitos caxienses, (o castelo) marcou uma época , casamentos, festas. E nós estamos voltando com esse propósito, deixando aberto para multiuso e eventos. Claro que a Casa Valduga vai estar dentro com as respectivas participações das empresas.
Conforme Valduga, após a abertura definitiva do castelo, haverá espaço para que os caxienses e turistas possam desfrutar do final da tarde, com piquenique e momentos de lazer.
—Nunca teve este complexo externo, e agora a gente está criando espaços. Estamos fazendo uma coisa bem bacana—garante Juarez Valduga.
Amor por Galópolis motivou abertura de empreendimento
Nos últimos três anos, Caxias do Sul recebeu um grande número de empreendimentos voltados ao turismo. De 2020 até 2022, 2.163 novas empresas foram abertas na cidade ligadas ao setor. E um grande exemplo disso é o Café Galópolis, localizado na Rua Pedro Chaves, inaugurado há pouco mais de um ano.
A ideia do empreendimento surgiu de um desejo pessoal da proprietária Greta Bachi, 40 anos. Nascida e criada no bairro de Galópolis, ela se diz apaixonada pela região e sente que a localidade pode se desenvolver ainda mais para o turismo.
— Eu vejo que Galópolis tem tudo para turismo, e eu quis abrir o café para ser uma ponte — descreveu, sobre a motivação empreendedora.
De funcionária em outro ponto de gastronomia do bairro de Galópolis, Greta precisou se adaptar após a abertura do empreendimento próprio. Com conhecimento sobre atendimento ao cliente e marketing, foi aprendendo a como administrar um estabelecimento, principalmente pelo rápido crescimento. Segundo ela, a média de clientes atendidos de segunda a sexta-feira é de 200 a 300 pessoas e, nos finais de semana e feriados, chega a superar os 1,5 mil e até bater na marca das 2 mil pessoas. Uma surpresa foi quando visitantes vindos de São Paulo procuraram pelo empreendimento.
— Eu quero que eles (visitantes) façam parte da história, que conheçam um pouquinho da história do bairro.
O desejo da proprietária do Café Galópolis é ajudar a impulsionar o turismo na região. Por estar próxima da Vila Operária, ela quer que os visitantes possam se integrar também aos outros empreendimentos e atrativos do bairro. Inclusive, já está em conversas com vinícolas para que possam desenvolver uma rota.
— Vou lutar para o turismo dar certo aqui. Eu não tive essa ideia do nada. Fazer roteiros, as pessoas irem nas vinícolas. Não precisa ser somente aqui no café, mas, sim, qualquer movimentação (de visitantes), não é somente o dinheiro.
O Café Galópolis também está auxiliando no desenvolvimento econômico local. Da abertura, há mais de um ano, precisou aumentar o número de funcionários, saindo de três para 15 empregados hoje.
— Tem que deixar um legado — finalizou a empreendedora.
Turistas querem experiência
Com mais de duas décadas de experiência no setor, o empresário Jacson Antônio Papi, diretor da Arte do Turismo, agência de turismo, vê que Caxias do Sul também tem despertado para o turismo. Proprietário da empresa há 17 anos, também percebeu uma mudança de postura dos visitantes nos últimos anos, o que pode, inclusive, favorecer o desenvolvimento local.
Segundo Papi, as pessoas estão saindo do que é considerado um "turismo de massa" para algo "mais seletivo". Tudo isso, segundo ele, começou após restrições da pandemia da covid-19, com as pessoas buscando, principalmente, ao ar livre como uma alternativa.
— Posterior a isso (restrições da pandemia), as pessoas foram buscar um turismo de experiência, aquele mais contemplativo, um turismo de menos grupo, mais seletivo e com experiências novas. E, o segundo ponto, as pessoas não querem mais aqueles tradicionais roteiros que já fizeram, eles buscam coisas mais alternativas, diferentes — avaliou o empresário, que acrescenta que os turistas ficam de dois a três dias na cidade.
O empresário afirma que é importante que os profissionais do turismo receptivo, aqueles que têm o foco na cidade e região em que estão instalados, proporcionem para os visitantes diferentes roteiros e que, principalmente, saiam do modelo tradicional de turismo.
Na Arte do Turismo, uma das experiências propostas é o ônibus temático denominado de Andiamo (vamos, em italiano), criado em 2017 por Papi, após adquirir o coletivo em outra cidade. Os passeios com o ônibus giram entre R$ 125 e R$ 280.
— Como a gente viu que o mercado de turismo de outras cidades tem esses ônibus, ou suas jardineiras (modelo mais antigos), Caxias não tinha, então, queríamos esse atrativo. E conseguimos a oportunidade de ter e fazer os percursos tanto no city tour (dentro da cidade), como no interior — comemora.
Os principais roteiros vendidos pelo a Arte do Turismo são o city tour, Caminhos da Colônia e a Estrada do Imigrante. Já quando o assunto é ecoturismo, o distrito de Criúva se sobressai, principalmente com as caminhadas, o Rio da Mulada e a gastronomia campeira e as plantações de morango.
Os potenciais de Ana Rech e Galópolis
Quando esteve em Caxias do Sul, no mês de setembro, o secretário em exercício de Turismo do RS, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, destacou os potenciais de Ana Rech e Galópolis, afirmando que os dois bairros podem auxiliar na retomada do turismo na cidade. Agora, em entrevista ao Pioneiro, afirmou que o governo estadual apoiará a cidade na retomada da tradição turística.
— O principal de tudo é a gente compreender que Caxias do Sul quer retomar, e o Estado vai estar ao lado, para que Caxias possa ter de novo esta vocação turística.
Para a região Ana Rech e arredores, além da chegada prevista para 2025 da Villa Dei Troni, e do retorno do Château Lacave já em 2024, a Semtur está trabalhando ao lado da Associação dos Amigos de Ana Rech (Samar) pela revitalização da Avenida Rio Branco, principal via do bairro. Conforme o projeto, o bairro é um dos principais pontos para o turismo ecológico e atividades ao ar livre, assim, buscará atrair investidores do trade para desenvolver ainda mais a localidade.
Já em Galópolis, a Semtur quer dar uma destinação ao prédio do antigo Círculo Operário, que pertence ao município. O local precisa de reforma, e a ideia é que ele seja ocupado e tenha uma destinação turística.
A expectativa é incluir ambos os projetos dentro do programa Avançar no Turismo, do governo do Rio Grande do Sul. No final do mês de outubro, a administração municipal esteve na Setur-RS para apresentar as iniciativas. Ainda não há previsão de concretização ou inclusão das iniciativas.
Força dos distritos
Além de Ana Rech e Galópolis, os outros distritos de Caxias do Sul também começam a despontar para o turismo. Em Criúva, o turismo de aventura tem ganhado cada vez mais força. Além da Fazenda Bertussi, que conta a história de uma das mais importantes famílias para a música brasileira, e a tradicional Cascata da Mulada são alguns dos bons exemplos de atrativos já conhecidos na localidade.
Mas agora vem se potencializando como uma rota de aventura, com a Fazenda Boa Vista, que recentemente realizou um piquenique em uma mesa suspensa a 90 metros de altura, que recebeu pessoas de dezenas de países.
No Vale Trentino, na região de Forqueta, há possibilidades para experiências gastronômicas únicas, com vinícolas, cervejarias e café colonial. Em Fazenda Souza, a força está voltada para o turismo religioso com o roteiro Caminho Padre João Schiavo. Outra localidade que viu na fé despontar o número de visitantes é Vila Oliva, distrito caxiense que recebe peregrinos que percorrem os 200 quilômetros dos Caminhos de Caravaggio, que também passam por Farroupilha, Gramado, Canela e Nova Petrópolis.
— E nós percebemos algo que vai dar um grande resultado, que é na região onde será o aeroporto da Serra gaúcha, em Vila Oliva, onde vai movimentar aqueles distritos que hoje não pertencem a nenhum roteiro por território. Tem roteiros que passam por eles mas não no território, então a região de Fazenda Souza, Santa Lúcia do Piaí e Vila Oliva, que já têm pessoas investindo, nós temos certeza que vai ter um grande um crescimento — finalizou Daneluz.
Alvará Turístico
Para 2024 a Semtur quer fortalecer a união do trade. E, para isso, foi instituído neste ano o Alvará Turístico, ideia trazida da vizinha Bento Gonçalves. Por meio dele, será possível mensurar a quantidade de empresas abertas no setor, quantas pessoas trabalham e o monitoramento da expansão da atividade para definir as melhores estratégias de fomento junto ao trade.
Além disso, as empresas que aderirem ao alvará receberão incentivos, como a promoção dos negócios e acesso a novos programas municipais de crédito, como, por exemplo, o Credi Turismo, lançado na Semana do Turismo, que é uma parceria com as cooperativas Sicredi Pioneira e Cresol, com aval do RS Garanti, que é uma Associação Garantidora de Crédito.
Para aderir ao Alvará Turístico, os interessados precisam preencher um formulário online, ter CNPJ ativo, estar em dia com o município e apresentar situação regular no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos do Ministério do Turismo (Cadastur). A Secretaria Municipal do Turismo ainda não divulgou quantos alvarás foram emitidos desde a instituição do programa.
O Alvará Turístico foi proposto pela administração municipal em junho, aprovado pela Câmara de Vereadores em agosto e sancionado pelo prefeito Adiló Didomenico em setembro. Até o momento, não foram divulgados números de emissões de alvarás pela prefeitura.