Os benefícios do leite materno são inúmeros, mas a amamentação pode ser um momento de desafio para muitas mães. Agosto é o mês de conscientização da importância da amamentação, que é um processo natural, porém não é fácil. Para auxiliar nessa jornada existe o trabalho das consultoras, que ajudam a família que terá um bebê a se informar e também na prática.
Caroline Marini de Carli, fonoaudióloga e também consultora de amamentação, explica como funciona esse trabalho que vai além de tranquilizar a gestante e informar sobre o que vem pela frente com a chegada da criança:
— A informação, sempre digo, é o item número um do enxoval do bebê. É um curso teórico e prático, onde essa família já vai estar se preparando para o nascimento do bebê. Antes do parto, abordo com a família os aspectos relacionados à pega, ao posicionamento na hora de mamar, aos cuidados que esse pai e essa mãe podem ter já na sala de recuperação, no pós-parto imediato. Depois eu faço atendimento ainda no hospital. Aí a gente faz a avaliação prática de tudo o que a gente conversou no curso.
A consultora sugere que a procura por uma consultoria ocorra perto das 32 semanas de gestação.
— Toda mulher tem condições de amamentar o seu bebê, algumas vão ter mais dificuldades, mas aí que entra o acompanhamento — diz Caroline.
Gisele Perondi Leichtweis, pediatra e mãe da Catarina, contratou a consultoria de Caroline e diz que a ajudou muito:
— É tudo novo, né? Então fomos atrás de informações para ficarmos mais tranquilos e conseguirmos ficar mais calmos nesse processo. Conversando com a Carol conseguimos isso. Eu tive a produção de colostro ainda na sala de parto, aí a gente conseguiu ajustar a mamada, então foi um processo tranquilo.
O Hospital Geral (HG) também oferece às mães esse serviço de consultoria. O atendimento gratuito, aberto à comunidade, por telefone ou presencial, funciona 24h.
— A gente tem o 0800 642 4142 que é para justamente sanar dúvidas das famílias. Ele é para toda a comunidade, não é só para quem ganhou seu bebê aqui. Qualquer mãe da comunidade pode ligar e tirar suas dúvidas. Se a gente consegue sanar pelo telefone, ok, se não não conseguimos, pedimos para que ela se dirija ao hospital para receber orientação — explica Francele Rech, enfermeira da maternidade do HG.
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres está relacionada ao medo de não ter leite suficiente para ofertar ao filho. O que para a Francele é um mito que tem que ser combatido:
— Alguma mães têm questões como "meu leite é fraco, meu leite não é suficiente para o meu filho nesse momento", o que não é verdade. A gente sabe que esse primeiro leite é extremamente importante para o bebê nessas primeiras horas de vida, então a gente tenta sempre reforçar para elas a importância de ofertar o seio materno em livre demanda.
Dicas que foram fundamentais para a Vitória Santos da Silva, mãe da pequena Lívia.
— Muitas mães, que não sabem o que têm que fazer, acabam fazendo fissura no peito, dando só o bico do peito. Aí as gurias ensinam que tem que dar a auréola bem certinho — conta.