Quando uma mulher engravida, é normal imaginar aquele momento lindo em que estará com o filho no colo, amamentando, como se vê em muitas fotos por aí. A ideia que temos é que isso acontece de forma automática, afina, seremos mães, e mães amamentam, certo? Errado!
Amamentar não é tão natural ou instintivo. Exige treino, paciência, persistência e muita dedicação. E mesmo assim, às vezes, não dá certo. A nova mãe, o bebê ou a dupla podem ter dificuldades, que podem impedir que o aleitamento materno se estabeleça.
O bebê pode não conseguir abocanhar o seio, a mãe pode sentir dor ou desenvolver lesões, pode haver atraso na descida do leite ou baixa produção e até mesmo o lado emocional pode interferir, como cansaço ou estresse, além da falta de uma rede de apoio para essa mulher.
Nessa hora, vão por terra todos os sonhos de "mãe maravilha" e muitas mulheres se sentem frustradas. Mas se acalme. A consultora internacional em amamentação Rosane Baldissera dá algumas dicas de tentar reverter isso:
- Durante a gestação, se informe sobre o que é a amamentação: como é a técnica e quais as principais dificuldades das mulheres. Tire todas as suas dúvidas.
- Tenha muito claro que a amamentação pode não ser fácil – e na maioria das vezes não é. Se tiver dificuldades, procure ajuda de uma profissional especializada em aleitamento materno.
- Quanto mais cedo você descobrir a causa da dificuldade em amamentar ou do bebê em mamar, maiores são as chances de dar certo a amamentação.
- A dor é a maior causa de suspensão da amamentação. Saiba que isso é comum, mas não é normal. Se a mãe sente dor é porque tem algo que deve ser investigado e corrigido.
- Amamentar é cansativo. Muito cansativo! Pedir ajuda nas tarefas domésticas é muito importante para conseguir descansar quando o bebê (finalmente) dorme e aguentar o tranco.
- Evite o uso de chupeta e mamadeira nas primeiras semanas, pois elas estão relacionadas às dificuldades de amamentação (dor, baixa produção de leite, confusão de sucção).
- Mães com cirurgia de redução de mamas geralmente não conseguem produzir leite suficiente ao bebê e/ou apresentam baixo fluxo. Se este é seu caso, saiba que é possível seguir amamentando e complementando a alimentação através de uma técnica chamada translactação/relactação.
- Alguns bebês podem ter alterações orais que os impedem de mamar no seio com facilidade, como freio lingual curto (língua presa). Os profissionais que acompanham a criança devem saber avaliar a cavidade oral e sucção do bebê, pois muitas vezes o problema não tem a ver mãe, mas com o filho.
Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.