Quatro oficiais de Justiça acompanhados por equipes da Brigada Militar (BM) cumpriram, na manhã desta quarta-feira (28), mandado de despejo compulsório no antigo Sacolão Dia & Noite, em Caxias do Sul. O estabelecimento fica na Avenida São Leopoldo e a mulher que se diz atual locatária do espaço, que não quis que seu nome fosse divulgado, afirmou que aluga o local há quatro meses. Ela acompanhou a ação que começou por volta das 8h. O despacho é da 6ª Vara Cível de Caxias do Sul.
O ponto na Avenida São Leopoldo ficou conhecido durante a pandemia de covid-19 por desrespeitar as restrições impostas pela prefeitura. Havia um processo movido pela prefeitura contra o mercado após recorrentes descumprimentos das medidas restritivas de limite de horário impostas pelo Estado e pelo município para reduzir a circulação de pessoas à noite em função do contágio.
A Justiça havia determinado a interdição do local pela segunda vez em julho de 2021. A decisão da juíza Maria Cristina Rech, da 2ª Vara Cível Especializada em Fazenda Pública de Caxias, foi publicada em 30 de junho e cumprida em 1º de julho. No entanto, o estabelecimento voltou a abrir pouco mais de uma hora depois, descumprindo a determinação. Em 18 de março, a mesma magistrada já havia determinado o fechamento do mercado de forma liminar. Além da ordem judicial, o mercado também não tinha alvará de localização e funcionamento, que foi cassado durante os descumprimentos do protocolo contra a pandemia de coronavírus.
Na manhã desta quarta, a mulher que se diz locatária da sala na Avenida São Leopoldo, chegou ao local por volta das 9h, quando funcionários de uma empresa contratada pelo proprietário da sala, autor da ação, já carregavam as mercadorias para fora do estabelecimento. O nome da mulher não foi informado pelos oficiais de Justiça e nem pela BM. O advogado do locatário, que assina o contrato de locação do espaço, foi localizado, mas pediu para que o contato seja retomado na tarde desta quarta.
— Já estávamos preparando a mudança porque sabíamos dos problemas anteriores com o antigo ponto. Estamos nos mudando porque o nosso mercado não tem ligação com o antigo estabelecimento e nem com o dono do mercado que ficava aqui — afirma a mulher que diz alugar a sala há quatro meses.
Os produtos que estavam na sala foram levados para um espaço no térreo do mesmo edifício, distante três salas da atual, onde funcionava um pet shop. O atendimento, segundo ela, seguirá 24h. O proprietário da sala e o advogado dele também acompanharam a ação de despejo, mas optaram por não falar com a imprensa. O advogado disse apenas que uma série de episódios levou ao processo de despejo. De acordo com a sentença da Justiça, o proprietário ajuizou ação de despejo devido ao barulho e perturbação aos demais moradores que ocorreriam desde de fevereiro de 2020.