Até o fim de outubro, caxienses receberão uma visita fora do habitual. É que até lá a equipe de recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem a missão de percorrer cerca de 214 mil domicílios em Caxias do Sul. As visitas fazem parte do Censo 2022, que iniciou na última segunda-feira (1°). A pesquisa ocorre com dois anos de atraso, uma vez que seria realizada em 2020, mas foi adiada em função da pandemia. O último censo ocorreu em 2010.
O questionário básico, normalmente aplicado, demora cerca de cinco minutos e conta com 26 questões. Na pesquisa, o recenseador pergunta sobre o número de moradores, características destas pessoas, como data de nascimento e parentesco entre eles. Ainda há questões relacionadas à renda, trabalho, deficiências físicas e intelectual, além do Transtorno do Espectro Autista, novidade nesta edição. Também há uma pesquisa amostral um pouco mais extensa e detalhada, a qual demora cerca de 20 minutos e é aplicada em cerca de 5% dos domicílios.
O morador poderá optar por não responder ao recenseador e repassar suas informações via internet. Também é possível fazer o agendamento para que a visita ocorra em outra data e horários determinados.
— É a única pesquisa do IBGE que vai dar dados locais, que vai chagar até o nível do bairro. Vai ser mais fácil para a prefeitura, para o governo como um todo, planejar as melhores políticas públicas. Saber qual estrutura está faltando em determinado bairro. Fica muito mais palpável — diz o coordenador censitário de subárea de Caxias do Sul, Luis Carlos da Silva Junior.
A recenseadora Maria das Neves, 59 anos, estima que tenha realizado cerca de 15 entrevistas desde a segunda-feira (1°). Ela é responsável por algumas quadras do bairro Cinquentenário e aponta que uma das dificuldades é localizar os moradores em casa.
— Naqueles que conseguimos foi muito bom. Ninguém se recusou. Ainda não aconteceu de marcarmos hora e retornar, mas tem essa possibilidade— detalha.
A recenseadora se recorda que participou da pesquisa na década de 1980, quando os questionários eram aplicados por universitários e tudo era feito com papel, diferentemente de hoje que as perguntas são todas digitalizadas. Para além das entrevistas, as visitas também geram momentos de gentileza e interação:
— O pessoal está bem acessível, nos convidam para entrar, mesmo a gente dizendo que não. Acho que a propaganda na TV ajudou bastante. Eu já passei por dois censos e a gente tinha um pouco de medo do que iam fazer com aquelas informações. Hoje em dia, o pessoal já sabe — diz Maria
— Já nos ofereceram pipoca. Uma senhora muito simpática ofereceu laranja, era perto do meio-dia, com o sol bem forte. A gente pode aceitar se for um ato de gentileza — acrescenta o supervisor do Censo Marcel Vieira Maciel.
A estimativa é que até o fim de outubro a equipe de Caxias do Sul tenha cerca de 600 pessoas, sendo 513 delas atuantes como recenseadoras. Nesta quarta-feira, encerra-se as inscrições para as últimas 12 vagas temporárias. Os recenseadores selecionados passam por um treinamento de uma semana e, eventualmente, são acompanhados nas visitas pelos seus supervisores. Os trabalhos nas ruas seguem aos sábados, domingos e feriados para atender a demanda da cidade.
Como identificar um recenseador
:: Para identificar um recenseador, é importante analisar sua vestimenta. Ele estará de colete azul marinho, grafado com a sigla IBGE. Também usará um boné de mesma cor, estampado com os dizeres "Censo 2020" - isso porque a pesquisa deveria ter sido realizada naquele ano, mas foi adiada por causa da pandemia.
:: Também é fundamental checar suas credenciais. No colete, o recenseador exibirá um crachá em que consta seu nome completo, número da matrícula, além de RG ou CPF.
:: Haverá um QR Code que, ao ser acessado com o celular, levará ao site Respondendo IBGE, onde é possível checar se o agente realmente está vinculado ao instituto de pesquisa. O endereço do portal é respondendo.ibge.gov.br. Essas dúvidas também podem ser sanadas pelo telefone 0800 721 8181.