O Centro de Referência da Mulher, da Coordenadoria da Mulher, em parceria com a Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam) promovem uma ação de orientação neste 8 de março em Caxias do Sul. A ideia é chamar a atenção e mostrar como buscar ajuda para combater a violência doméstica. O evento começou às 10h na esquina da Rua Dr. Montauri com a Sinimbu, na área Central, e segue até as 16h. Nessa manhã, as mulheres recebiam folhetos com os telefones úteis para casos de violências e eram presenteadas com rosas, bombons e balas. Em 2021, a programação foi online devido à pandemia. Neste ano foi possível retomar o contato com o público.
Com um sorriso, a aposentada Eva Geni Castilhos, 74 anos, agradeceu as felicitações pelo Dia da Mulher. Ela olhou com curiosidade o material que recebeu das mãos da policial civil Vanessa Luisa Kohler, que atua na Deam:
— É um dia significativo. Todos os homens tem que respeitar as mulheres, começando com os filhos — ressaltou ela, lendo atentamente o Violentômetro, Violência se mede - um dos materiais entregues na ação.
Para a dona de casa Vanda Souza, 51, a mulher desconhece a força que tem:
— A mulher tem que se gostar mais. Se amar mesmo e buscar forças para sair dessas situações. Vai ser difícil? Vai. Mas acredito que é como arrancar um curativo. Tudo passa e ela tem que ter essa força para falar: eu não quero mais. Essas ações ajudam uma a apoiar a outra.
A doméstica Marilei Correia de Oliveira, 51, tem a mesma opinião:
— Dia da Mulher são todos os dias, mas essas ações importam para saber como uma ajudar a outra.
Receptividade x Receio
A maioria das mulheres era receptiva à equipe que entregava o material e que pedia que orientasse amigas, familiares e vizinhas caso necessário. Outras mulheres desviavam e evitavam passar perto do grupo. Ainda houve quem se aproximou com receio, mas ao mesmo tempo com curiosidade.
— Entregamos muito material. A maioria das mulheres foi receptiva e aceitou, conversou e recebeu a informações. Essa é a finalidade da ação fazer com que as mulheres tenham acesso a informação, que elas saibam que há essa rede de apoio, e identifiquem a ajuda que precisem em cada situação. Essas ações são para que as mulheres saibam identificar que correm riscos, quais são eles e como e onde encontrar apoio.
A diretora de proteção social da secretaria de segurança pública e proteção social, Suely Rech, ressalta que a ideia surgiu para divulgar a rede de proteção e fazer as informações chegarem a quem precisa:
— O serviço de proteção existe e é feito também por mulheres, tanto a delegacia quanto a coordenadoria, o CRM e a Casa Viva Rachel. A ação é uma maneira de divulgar as informações e também de dar visibilidade a esse trabalho e a atuação dessas mulheres que trabalham o ano todo por outras mulheres.
Violência se mede
Um dos materiais entregues é o Violentômetro. Há dois formatos, um em português, em forma de marca texto e outro em espanhol, em formato de régua. No material em português o primeiro item se chama Perceba os Sinais. Os primeiros são: fazer piadas ofensivas, chantagear, mentir e enganar, ignorar e desprezar, ciúmes doentio, culpar e ridicularizar e ofender.
O segundo estágio é Procure Ajuda, quando as ações forem: controlar e proibir (amigos, família, dinheiro, lugares, roupas, celular), destruir bens materiais, intimidar e ameaçar, confinar e prender, xingar, machucar, empurrar, golpear e chutar. Já o terceiro estágio se chama Perigo! Esse é para os casos de ameaças com objetos ou armas, atentar à vida, forçar relação sexual, abusar sexualmente, violentar e mutilar. Em preto, o último estágio é o Feminicídio.
O material traz ainda todos os telefones da rede de apoio onde a mulher deve buscar ajuda.
ONDE BUSCAR AJUDA
:: Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam): (54) 3220-9280
:: Patrulha Maria da Penha: (54) 98423-2154 (o número está disponível para ligações e mensagens de WhatsApp)
:: Central de Atendimento à Mulher: telefone 180
:: Coordenadoria da Mulher: (54) 3218-6026
:: Centro de Referência daMulher: (54) 3218-6112
:: Sala das Margaridas: atende na Central de Polícia, onde funciona a Delegacia de Pronto-Atendimento, na Rua Irmão Miguel Dario, 1.061, bairro Jardim América. O atendimento especializado funciona 24 horas