Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (11), a prefeitura de Caxias do Sul anunciou novas medidas para contenção da transmissão do coronavírus e para a manutenção dos serviços de saúde, diante do número de profissionais afastados pela covid-19 — até as 17h30min já eram 91 servidores distanciados de suas funções na rede municipal. O prefeito Adiló Didomenico mencionou por várias vezes que o sistema "sofre o risco de colapsar".
— A velocidade e o número de casos é algo que nos assusta. O nosso grande problema é a estrutura do sistema de saúde para o atendimento das pessoas. Hoje, se não conseguirmos mudar essa curva, tem a possibilidade de colapso no atendimento. O pico que está dando nesta onda não tivemos em nenhum momento — disse o prefeito.
A partir de quarta-feira (12) haverá o fechamento de mais três unidades básicas de saúde (UBSs), sendo elas a do bairro Sagrada Família, do São Victor Cohab e de Vila Oliva. Nesta terça-feira, a prefeitura já havia informado a suspensão das atividades da unidade do bairro Villa-Lobos. Os postinhos não terão atendimento até a sexta-feira, quando a situação será reavaliada.
Outra medida reafirmada é a continuidade de testagem da população para identificar pessoas positivadas para a doença. Atualmente, a Secretaria Municipal da Saúde conta com 10 mil testes. Na quarta-feira, é esperada a chegada de mais 31 mil unidades. No final de semana haverá testagem, novamente, na Praça Dante Alighieri.
Além disso, o diretor do setor de fiscalização da secretaria de Urbanismo, Rodrigo Lazzarotto, anunciou mais rigor na fiscalização do uso de máscara, em espaços abertos e também em espaços como bares e restaurantes.
— A gente tem como multar e sabemos que é um dos meios mais eficazes de se evitar o contágio — pontuou Lazzarotto, reforçando que a multa aplicada para quem não usar máscara pode variar entre R$ 2 mil a R$ 4 mil.
Durante o encontro, também foi informado que no próximo final de semana algumas unidades vão abrir para vacinação das crianças com imunizantes do calendário tradicional (as quais estão suspensas atualmente). Os postinhos e o horário de atendimento serão informados nos próximos dias.
— Pedimos que as pessoas usem máscara e que cubram o nariz e a boca. Sempre em ambientes fechados e é muito recomendado em áreas abertas. Não é porque eu estou em um parque que posso andar sem máscara. Evitar festas, aglomerações e reuniões que não sejam necessárias e procurar o serviço de urgência e emergência com necessidade real, com bom senso — recomenda o médico Dino de Lorenzi, diretor-executivo da SMS.
Com o fechamento das unidades, onde buscar atendimento:
Sagrada Família: orientação é para que os moradores busquem atendimento nas UBSs Madureira, São Vicente e Centro de Saúde.
São Victor Cohab: orientação é para que os moradores busquem atendimento nas UBSs Planalto, Bela Vista e Cruzeiro.
Vila Oliva: orientação é para que os moradores busquem atendimento na UBS Fazenda Souza.
Villa-Lobos: orientação é para que os moradores busquem atendimento nas UBSs Galópolis, São Caetano e São Leopoldo.
Aumento de atendimentos acendeu o alerta
O alerta das autoridades municipais acendeu a partir do número de atendimentos registrados na primeira semana do ano. Foram mais de 1,4 mil atendimentos relacionados a doenças agudas respiratórias e 617 relacionados à covid-19.
Embora os representantes da SMS alertem que o cenário é diferente de março de 2021, por exemplo, por questões como internações e óbitos, o pedido é para que a população busque a terceira dose da vacina e mantenha os demais cuidados para evitar a doença.
— A pandemia progrediu rápido em poucos dias. Os casos que estamos tendo agora são, principalmente, de pessoas de 20 a 39 anos. O que nos deixa otimistas é que mesmo com os casos aumentando, não temos impacto na mortalidade —avalia Dino de Lorenzi.
A intenção é avaliar o cenário dos próximos 15 dias para prever ou não a implantação de novas medidas. O prefeito argumentou que há expectativa que está onda não impacte tão fortemente em eventos como a Festa da Uva, prevista para iniciar no dia 18 de fevereiro. Porém, o chefe do Executivo reforçou que os protocolos sanitários devem ser mais rígidos, seguindo as regras da Mercopar do ano passado.
— Essa onda deverá ter um ciclo mais rápido. Eu não vejo, hoje, motivo para alarme. Por um lado, temos esse pico, mas, por outro, temos ainda mais de 30 dias para tomar essas providências. Claro que daqui para a frente é a área da saúde que irá nos dizer o que é preciso fazer — esclareceu Adiló.