Os nove municípios dos Campos de Cima da Serra vão financiar quatro leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 30 leitos clínicos para ajudar o Hospital Nossa Senhora da Oliveira, que fica em Vacaria e é o único a atender a região. A decisão ocorreu na manhã desta terça-feira (18) após uma reunião entre a Secretaria de Saúde de Vacaria e a direção da instituição.
Serão repassados R$ 170 mil mensais por dois meses, período que pode ser prorrogado. O valor vai ajudar a cobrir parte do prejuízo que a direção do hospital diz ter. É que os oito leitos habilitados para o atendimento de pacientes com covid-19 não são suficientes para a demanda e outros quatro acabam sendo utilizados e não são custeados pelo governo. Mesmo nos oito que são financiados, o valor repassado, de R$ 1,6 mil por dia, é menor do que o real gasto, que fica em torno de R$ 2,8 mil. A diferença vem sendo custeada pela instituição. O prejuízo mensal é de R$ 150 mil, conforme a direção.
Além disso, dos 52 leitos clínicos utilizados, 35 são custeados. O hospital também solicitou complementação de verba para os honorários dos profissionais, em torno de R$ 35 mil por mês. Esse acerto ainda não foi feito.
O hospital ainda sofre com a falta de medicamentos do kit entubação. Uma remessa de remédios foi destinada pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, mas o hospital não soube precisar quais nem a quantidade. Um dos remédios utilizados para sedação de pacientes que necessitam de ventilação mecânica, o midazolan, só é suficiente para mais uma semana.
O hospital aguarda a conclusão de dois processos de importação. Um deles, por meio da Federação das Santas Casas deve levar mais uns 20 dias, conforme integrante da Confederação das Santas Casas no Brasil, Francisco Ferrer. Drama que outros hospitais da região também têm vivido há meses.
Nesta terça, o hospital estava com dois pacientes em ventilação mecânica aguardando leito na UTI covid.
— No final de fevereiro, início de março, teve um aumento muito grande no número de internações e se manteve em um platô alto. Ao contrário de outros municípios, aqui não teve uma baixa nas internações e, agora, com incremento. A situação é crítica em termos de leitos e de medicação. Porque os nossos estoques estão indo e não estão sendo repostos — avaliou o diretor técnico do hospital Jonatas Accioly Filho.