O colapso do sistema de saúde do Rio Grande do Sul está a cada hora mais próximo. Em Caxias do Sul já há fila de espera para atendimento em enfermaria e UTI, algo que pode se agravar ainda mais nos próximos dias. O quadro movimentou os empresários do município, que junto à prefeitura de Caxias do Sul, irão transformar a UBS São Vicente, no bairro Jardelino Ramos, em um centro de referência para atendimento inicial de suspeitos da infecção.
O objetivo é que até sexta-feira (12) o local comece operar para especificamente para covid-19 e dar suporte às UPAs que se encontram superlotadas de pacientes com complicações decorrentes da covid-19, especialmente a UPA Central, que concentra mais procura por causa da localização.
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), Paulo Spanholi, informa que algumas empresas estão cedendo médicos, enfermeiros e técnicos para trabalhar no espaço. Além disso, mais profissionais estão sendo contratados. Essa ação também já garantiu mais 30 mil testes para a covid-19. A ação tem parceria do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás).
— A maioria do pessoal está passando por um momento difícil e isso está gerando acúmulos nas UPAs. Então, faremos uma campanha com a prefeitura para aliviar o nosso sistema. Tentar fazer um pré-atendimento para levar ao sistema de saúde somente aqueles que realmente precisam do atendimento — explica Spanholi.
Existe uma dificuldade para contratação do corpo médico. Além de profissionais experientes, a UCS está indicando profissionais recém formados para trabalhar nesse centro. Novos equipamentos serão adquiridos para criar uma estrutura básica de trabalho na UBS.
Num primeiro momento, o grupo empresarial aportará recursos suficientes para que essa estrutura funcione por 60 dias. Ainda assim, outras propostas também estão sendo estudadas para ajudar nesse momento crítico da pandemia.
— Estamos com recursos para abrir novos locais e para ajudar em outras ações. Estamos correndo na frente, porque esse vírus poderá agravar mais a situação até o final do mês ou até abril — ressalta o dirigente empresarial.
Caxias do Sul vive o pior momento da pandemia, com praticamente todos os hospitais lotados. Nos leitos de UTIs específicos para o tratamento da covid-19, não há disponibilidade de vagas. O sistema privado trabalha acima da capacidade e o SUS com 100% de lotação.