A redução na disponibilidade de leitos de UTI em Caxias do Sul dá o tom sobre o nível que a crise de coronavírus está atingindo no mês de março. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), 54 pessoas aguardavam por uma vaga de tratamento intensivo pelo SUS neste domingo (7), oito a mais que sábado (6). Outro dado que chama atenção é de que 32 pacientes estão à espera, precisando de leitos em enfermaria.
O portal covid do município aponta 143 pacientes internados em UTI — 88 são caxienses — e positivos para o coronavírus. O sistema privado trabalha com 113% de ocupação nos leitos específicos, enquanto o SUS está com 100%. O trabalho da Central de Regulação de Leitos está intenso para conseguir dar conta dessa demanda crescente.
— Quando há liberação de uma vaga é necessário estratificar e classificar os pacientes em lista e definir quem poderá utilizar este leito. Uma escolha que gera angústia, pois todos deveriam ter a mesma oportunidade. Mesmo com todos os critérios observados, as equipes de regulação sentem o peso dos pacientes que permanecem em lista — reconhece Marguit Weber Meneguzzi, diretora do Departamento de Avaliação, Controle, Regulação e Auditoria (Dacra).
Nenhum hospital de Caxias do Sul reconheceu colapso no seu sistema de saúde, mas a maior parte trabalha acima da sua capacidade. Além disso, a abertura de novos leitos de tratamento intensivo esbarra na fala de profissionais qualificados para trabalhar com esses pacientes. A semana que inicia tende a ser uma das piores, justo quando se completa um ano da pandemia na Serra Gaúcha.