O município de Garibaldi, na Serra, observa crescente nos números de contaminação por coronavírus nas últimas semanas. Os nove casos ativos apontados em 1º de fevereiro subiram para 66, conforme boletim do último sábado (20), aumento equivalente a mais de 630%. Parte do reforço no índice é atribuído para maior procura de testes: entre a primeira e a terceira semana de fevereiro ocorreu aumento de 83% nas coletas de PCR e de 26% na procura por consultas no ambulatório Covid-19, segundo a prefeitura.
— Na verdade estávamos com número bem baixo de contaminados. Chegamos a ter dias com 9 ou 10, hoje estamos com 66. O que aconteceu é que quando o número é baixo e acaba contaminando, impacta bastante. Sexta era 59 e sábado subiu para 66. O número ainda não é tão alto, mas a gente avalia o quanto aumentou — avalia o prefeito de Garibaldi, Alex Carniel (PP).
Porém, ele ressalta que apesar do aumento, não há casos de maior gravidade e apenas um leito hospitalar, fora da UTI, é ocupado por um dos infectados.
— O nosso garibaldense se contaminou, mas não se reflete nos leitos do hospital. Temos uma pessoa internada, é bem baixo se formos ver que são 66, mas o que assusta é a região toda. Gramado, que não tem mais vaga, Caxias do Sul que está numa situação bastante crítica. Temos que pensar na região toda.
Apesar do baixo índice de agravamento, dos 10 leitos de UTI disponíveis na rede hospitalar, sete estão ocupados por pacientes de outros municípios, o que preocupa o prefeito em caso de moradores locais necessitarem de tratamento intensivo. Ainda assim, ele acredita que uma classificação de bandeira preta seria "radical demais" para a região.
— Acho que estaria muito bem classificado com bandeira vermelha. Bandeira preta é radical. Bandeira preta impediria a questão das aulas, e é importante as crianças permanecerem nas escolinhas. Os pais precisam trabalhar e as crianças estarem nas escolas. Essa conta (aumento de casos) é resultado da praia e do carnaval — sugere.
Até o momento, Garibaldi registrou 23 óbitos em decorrência da covid. A última morte foi no dia 2 de fevereiro.
Mutirão para higienização de ruas
Um grupo formado por quatro empresas e um hospital tomou iniciativa de realizar a sanitização das ruas de Garibaldi. As cinco instituições investiram cerca de R$ 10 mil em recursos próprios para três aplicações de químicos em ruas da cidade. A ação conjunta é promovida pelo Portal Adesso/Adesso TV, Hospital São Pedro e as empresas Guerra & Steffani e Bravos Treinamentos.
— Tomamos iniciativa, pois o novo governo estava iniciando, ninguém fazia nada e achamos por bem nos unir e sanitizar as cidade. Foi graças às empresas, não tem nada de dinheiro público — conta o idealizador e criador do Portal Adesso, Daniel Carniel.
Foram sanitizadas as áreas do Hospital São Pedro, da igreja matriz, da prefeitura, do Posto de Atendimento Médico (PAM), do posto de saúde do bairro Santa Terezinha, da rodoviária, do posto de saúde central, da Brigada Militar, da Delegacia da Polícia Civil, da estação férrea, do Supermercado Cairú, da Vinícola Garibaldi e de ruas da área central. Foram utilizados 12 mil litros de produto químico.
A prefeitura apenas auxiliou acompanhando a ação com dois carros da Secretaria de Trânsito. O prefeito exalta a ação do grupo e reconhece que a iniciativa não foi assumida pelo poder público.
— Na verdade nem vimos a questão dos custos. Eles foram no gabinete, ofereceram o trabalho e a gente apoiou a iniciativa e deu suporte com dois veículos. Essa questão de necessidade a gente vai avaliar e se houver necessidade vamos fazer ou, quem sabe, apoiar novamente a ação dessas empresas — comentou o prefeito Alex Carniel (PP).
Essa foi a segunda ação de três planejadas. A primeira aplicação do produto foi no dia 7 de fevereiro. A última deve ser no próximo domingo, caso não chova.