Moradores do bairro Jardim das Hortênsias reivindicam a instalação de um quebra-molas na Avenida das Hortênsias com a Rua Francisco Silvestre, próximo ao cruzamento com a RSC-453, a Rota do Sol, em Caxias do Sul. A comunidade teme o risco de acidentes, principalmente, atropelamentos envolvendo crianças e adolescentes que estudam na Escola Municipal de Ensino Fundamental Bento Gonçalves da Silva.
A escola fica logo no acesso ao bairro, nas proximidades da rodovia, em um dos trechos mais complicados do trânsito na área urbana da cidade, o km 146, que recebeu melhorias como a instalação de duas lombo-faixas para redução de velocidade dos veículos e passagem para pedestres, depois da morte da menina Jamily Dias, 10 anos, em 19 de setembro de 2013. Neste ano, outra pessoa perdeu a vida nas proximidades. Iracema Toigo, 63, morreu após ser atropelada no km 148, da Rota, próximo ao viaduto da BR-116, no dia 5 de julho.
O temor dos moradores é maior devido ao tráfego intenso de caminhões que trafegam pela Rota e usam a avenida para chegar até um mercado e às empresas, que ficam no entorno do colégio, para fazer entregas. A apreensão aumentou depois de 28 de março, quando dois motoristas teriam se desentendido na rodovia e acessaram o bairro em alta velocidade, próximo às 12h, horário em que os alunos saem do colégio, e muitos deles, caminham sozinhos até em casa.
A perseguição entre dois caminhões foi flagrada pelas câmeras de monitoramento interno de uma empresa e mostram a necessidade de redutores de velocidade no local. Segundo os moradores, não foi apenas naquele dia, que a vida de crianças e adolescentes foi colocada em risco, porque, conforme eles, é comum veículos transitarem em alta velocidade na via, diariamente.
Reivindicação antiga
O diretor de Obras da Associação de Moradores do Bairro (Amob) Jardim das Hortênsias, Lucas Bernardo da Silva, aponta que a avenida não é pavimentada e não há calçadas para pedestres. A reivindicação é antiga, mas, há quatro meses, a Amob contatou os vereadores e a secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM) para solicitar medidas que garantam a segurança dos moradores:
– Nos preocupamos, principalmente, com as crianças, porque quando acontecer uma tragédia, será um velório coletivo. Infelizmente, é isso o que vai acontecer. Eles caminham em grupos e os veículos descem a avenida em alta velocidade e estamos apreensivos com essa situação. Tem momentos do dia em que é muito movimentado aqui, com carros e caminhões, e as crianças caminhando no meio.
Ele explica que a secretária de Trânsito sinalizou o local, e alegou que antes de implantar um quebra-molas é preciso pavimentar a via.
– As placas não têm o mesmo efeito, porque eles descem o morro embalados, e não respeitam o limite de velocidade nem perto da escola. Precisamos de medidas mais efetivas – cobra.
A diretora da escola, Greice Aparecida Machado Bernardi, também fica preocupada com a segurança dos alunos:
– Nossas crianças transitam por ali, em grupos, distraídas, conversando e é um risco porque os veículos trafegam em alta velocidade.
A aposentada Heleni Ferreira, 62, geralmente, desce do ônibus na Rota do Sol, e acessa o bairro pela Avenida Jardim das Hortênsias. Ela lembra dos atropelamentos de uma menina e de uma senhora na rodovia, e teme que o mesmo aconteça nas ruas de acesso ao bairro.
– Já vi duas pessoas perderem a vida na estrada, e do jeito que os motoristas transitam por essa rua temo que isso também aconteça porque eles correm e não respeitam o limite de velocidade. Mesmo com as placas que sinalizam e mostram que tem uma escola, a maioria não respeita – indigna-se Heleni.
A SMTTM afirma que vistoriou a Rua Francisco Silvestre e implantou reforço na sinalização de trânsito. Foram instaladas novas placas para orientar os motoristas sobre a velocidade máxima permitida de 30 km/h e mostrar também que o trecho está situado em uma área escolar e quem trafega pelo local precisa de atenção.
CONTRAPONTO
Em relação ao pedido de instalação de quebra-molas, a SMTTM esclarece que o equipamento não pode ser implementado em vias não pavimentadas, como é o caso do trecho. A orientação é de uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), em vigor desde maio de 2016, que estipula padrões e critérios para a instalação do redutor. O documento exige do órgão de trânsito estudos que levam em conta a característica da via, presença de curvas, aclives e declives, além das condições das calçadas e a existência de linhas regulares do transporte coletivo, por exemplo, para justificar a presença do equipamento.
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