O temporal que destelhou casas, derrubou árvores e postes e causou milhões em prejuízos nas lavouras da Serra ocorreu no início da madrugada da última quarta-feira (31), mas ainda há moradores sem energia elétrica na região. No interior de São Marcos, por exemplo, famílias em pelo menos três localidades ainda sofrem com o problema.
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Jaqueline Becker de Moraes, 32, é moradora da Linha Marechal Deodoro e proprietária de dois aviários na localidade. Na madrugada desta segunda-feira (5), ela entrou no sexto dia sem energia.
— Na quarta-feira (dia 31), ficamos isolados. Os moradores fizeram um mutirão e cortaram as árvores caídas na pista para ir até a cidade. De lá para cá, sempre recebemos a mesma informação, de que a RGE está ciente do problema e tomando as devidas providências — conta.
Jaqueline diz que está usando um gerador movido a óleo diesel para manter o aviário funcionando.
— São 64 mil frangos, necessita 100 litros (de combustível) por dia. Estamos tendo um gasto muito alto — reclama.
Outra aviário vizinho também recorreu a um gerador para manter as atividades básicas funcionando, mas haveria pelo menos outras dez famílias sem luz na Linha Marechal Deodoro, Linha Zambecari e Linha Tuiuti.
Conforme Jaqueline, postes já foram trocados, mas a fiação elétrica segue caída. A prefeitura do município afirma que as estradas já foram liberadas para que a Rio Grande Energia (RGE) pudesse restabelecer o serviço.
Por e-mail, a concessionária informou que a "tendência é de normalização do fornecimento nas próximas horas", dependendo da complexidade dos danos. A RGE não informou quantos clientes ainda estão sem energia na região pois tratam-se de atendimentos "pontuais e individuais".
Confira a nota na íntegra:
Após temporais de forte intensidade, como o do dia 31 de outubro, com danos de grande porte nas redes elétricas, o trabalho de reconstrução permanece por alguns dias. A sequência de recomposição da rede obedece a padrões técnicos, priorizando os grandes equipamentos, como subestações e linhas; depois os circuitos de média tensão; e, por fim, a baixa tensão. Quando chega nessa etapa — baixa tensão — os atendimentos passam a ser pontuais e individuais. Essa sequência de trabalho é obrigatória, uma vez que de nada adiantaria consertar um dano em baixa tensão se há outros danos impedindo a passagem da energia nas redes de alta ou média tensão. Todos os clientes dessas localidades estão sendo atendidos pelas equipes da RGE e a tendência é de normalização do fornecimento nas próximas horas.