A comissão de médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) que negocia o reajuste salarial da categoria com o prefeito Daniel Guerra agora quer estabelecer um novo sistema de pagamento para os colegas: R$ 79,71 por hora trabalhada. Hoje, os profissionais recebem salário mensal correspondente a três cargas horárias semanais diferentes: 12h, 20h ou 33h.
A comissão também não aceita ter o atendimento avaliado pela população, conforme exige a prefeitura. A sugestão é que esse controle de qualidade sobre as consultas seja executado por uma Comissão Paritária de Avaliação, Controle e Acompanhamento do trabalho médico, constituída por representantes da Secretária da Saúde e por representantes dos médicos.
O documento com a contraproposta foi protocolado na tarde desta sexta-feira. Guerra não se posicionou sobre o assunto, pois estava em reunião fora da prefeitura.No mesmo ofício, os médicos apontam a quantidade de pacientes que seriam atendidos de acordo com a jornada contratual de cada profissional: quatro pessoas por hora, conforme determinam os conselhos Regional e Federal de Medicina para um atendimento de qualidade.
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Os médicos também pedem a negociação de um cronograma e prazo para garantir o piso nacional estabelecido pela Federação Nacional dos Médicos, hoje em R$ 13.847,93 para 20 horas de trabalho semanais. A comissão mencionou no ofício um pedido de abertura para debater a criação de um nível 15 no serviço público. Isso possibilitaria que os médicos fossem incluídos numa categoria diferenciada dos demais servidores da prefeitura, o que permitiria negociação salarial à parte.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei dos Santos, e os demais integrantes da comissão esperam receber uma resposta até o final da próxima semana. No dia 10 de abril, a categoria terá mais uma assembleia para debater o impasse em relação aos salários.
– Assim, vamos estabelecer um salário igual e proporcional para todos os médicos seja do Postão ou das UBSs – diz Marlonei.
A greve dos médicos entre os dias 20 e 24 de março foi responsável pelo cancelamento de cerca de 5,6 mil consultas em Caxias.