Pelo menos ao longo de toda esta semana, o Comando Regional de Policiamento Ostensivo da Brigada Militar na Serra (CRPO Serra) está garantindo o reforço no policiamento em São Francisco de Paula. Desde domingo, quando parte da cidade foi devastada por um forte temporal, revezam-se no município policiais enviados de diversos batalhões da corporação, como Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Gramado e Nova Petrópolis. Também foram deslocados para São Chico bombeiros de outras unidades do Estado, como Passo Fundo. O volume deste efetivo não foi divulgado.
De acordo com a comunicação social do batalhão, além de ajudar a prezar pela segurança de moradores que perderam suas casas e tem ter seus pertences roubados, os policiais irão ajudar na distribuição de doações aos necessitados.
– Tivemos relato de que a população estava com receio de deixar suas casas com medo de sofrer furtos. Por isso identificamos a necessidade de oferecer este reforço, que irá aumentar a sensação de segurança aos moradores de São Francisco de Paula – afirma o soldado Zorzi, responsável pela comunicação do batalhão.
Leia mais
Empresário estima prejuízo de R$ 2 milhões após vendaval em São Francisco de Paula
Por que o fenômeno que atingiu São Francisco de Paula ainda não foi identificado
Doações para desabrigados seguem até meio-dia na Diocese de Caxias
São Francisco de Paula formaliza pedido de decreto de situação de emergência
"O trabalho de uma vida foi embora em segundos", diz morador de São Francisco de Paula após temporal
Até a tarde de segunda-feira, não havia registro de ocorrências por furto na delegacia. Contudo, de acordo com Zorzi, é possível que tenham ocorrido alguns casos e os moradores não tenham registrado ou ficado sabendo.
Imagens captadas pelo construtor Oneide Hofmann, 59 anos, poderão ajudar os especialistas a entender um pouco o que ocorreu em São Francisco de Paula na manhã de domingo. Ele conta que passava o final de semana localidade de Barragem da Divisa, localidade no interior de São Francisco de Paula e que fica a cerca de 25 quilômetros da área urbana. Por volta das 8h de domingo, seguia para o açude para pescar com um vizinho quando avistou uma massa densa de nuvens escuras no horizonte. Ao longe, na direção da barragem, as nuvens começaram a formar uma espécie de redemoinho que descia até o chão.
– Tenho certeza que era um tornado. Apesar de ter sol e não ventar perto do açude, dava para ouvir o barulho, parecia uma turbina de avião. Começou a se formar uma espécie de um charuto com aquelas nuvens e foi se afastando na direção contrária de onde eu estava. Em seguida, começou a chover forte e não deu mais para ver para onde foi. Depois é que soube que ela foi parar na cidade e causou todo aquele estrago – lembra.
